Pyongyang deve reaver fundos em Macau na quarta, diz Seul

Para Coréia do Norte, bloqueio de US$ 25 mi impede fim de seu programa nuclear

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Por Agencia Estado
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A Coréia do Norte poderá retirar a partir de quarta-feira, 11, os fundos que ficaram congelados durante 19 meses em um banco de Macau, que até agora paralisaram o diálogo sobre o fim do programa nuclear norte-coreano, segundo fontes oficiais sul-coreanas citadas nesta terça-feira, 10, pela agência Yonhap. O bloqueio de US$ 25 milhões em contas no Banco Delta Asia (BDA) de Macau foi alegado pela Coréia do Norte como a principal razão que até agora impedia a suspensão de seu programa nuclear, que tem como prazo até o próximo sábado. O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos assinalou em comunicado distribuído hoje em Pequim que as autoridades da região administrativa especial chinesa de Macau "estão preparadas para desbloquear todas as contas congeladas atualmente no BDA". Os negociadores americano e sul-coreano sobre o programa nuclear, Christopher Hill e Chun Yung-woo, respectivamente, se reuniram hoje em Seul e deram por solucionado o problema dos fundos, que nas últimas semanas paralisou a negociação sobre o programa atômico da Coréia do Norte. Segundo Hill, o desbloqueio dos fundos é um "grande passo" para a retomada das negociações, enquanto Chun destacou sua esperança de que a medida "possa abrir o caminho para que as conversas de seis lados sigam adiante". De acordo com a agência japonesa Kyodo, Chun assegurou que o comunicado do Departamento do Tesouro dos EUA significa que a "Coréia do Norte pode retirar livremente os fundos de todas as contas que possui" no BDA de Macau a partir de amanhã. Hill chegou a Seul, procedente de Tóquio, para abordar o problema do BDA às vésperas do fim do prazo fixado - neste sábado - para que Pyongyang feche suas instalações nucleares em troca de ajudas internacionais. Os fundos no BDA foram bloqueados durante 19 meses por pressões dos EUA para conseguir que o regime norte-coreano desistisse de seu programa nuclear. O dinheiro foi descongelado em meados de março para facilitar o processo de desnuclearização da Península Coreana, mas Pyongyang ainda não tinha tido acesso a estas contas. A Coréia do Norte insiste em que não iniciará o processo de desmantelamento de seus programas nucleares até que a transferência esteja completa. Hill advertiu que a Coréia do Norte enfrentará um "futuro muito incerto" se não iniciar o processo de desnuclearização e acrescentou que as contas financeiras norte-coreanas serão inspecionadas se Pyongyang prosseguir com a fabricação de armas nucleares. O negociador americano deve partir de Seul nesta quinta-feira rumo a Pequim, última escala de sua viagem asiática. No acordo alcançado em 13 de fevereiro nas conversas de seis lados (as duas Coréias, EUA, Japão, China e Rússia) em Pequim, os Governos de Seul, Washington, Tóquio, Pequim e Moscou se comprometeram a enviar ajuda econômica e energética a Pyongyang em troca do fechamento, em 60 dias, do reator de Yongbyon, prazo que termina no sábado.

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