
24 de novembro de 2010 | 00h00
A Coreia do Norte é um Estado de guerreiros. A carreira dos quartéis é uma das poucas garantias de sucesso no país de 24 milhões de habitantes, US$ 40 bilhões de PIB e US$ 1,9 mil de renda per capita. É aceitável, nesse quadro, que o Comando de Operações e Forças Especiais mantenha 100 mil militares, o dobro do contingente americano do mesmo tipo de tropa.
A Coreia do Sul é uma terra de sucesso econômico: 48 milhões de cidadãos com um PIB de US$ 1,95 trilhão, renda per capita de US$ 28,1 mil e apenas 3,7% de desemprego. A invariável opção pela tolerância diplomática a cada novo ato radical do Norte é compreensível: em uma guerra, Seul tem muito a perder.
A ordem de batalha de Kim Jong-il implica 4,5 mil tanques pesados, 18,5 mil canhões, 88 submarinos e - fator diferencial - mil mísseis, sendo 800 balísticos, 200 de média distância e 200 com alcance entre 2 mil e 3 mil km. Não levam ogivas nucleares. Embora a Coreia do Norte domine a tecnologia de armas estratégicas, aparentemente ainda não consegue construí-las de forma compacta.
O Sul tem 2,8 mil tanques, 10,7 mil canhões, 14 submarinos leves e aviação impecável, formada por quase 500 aeronaves de diversos tipos - entre as quais as modernas versões dos caças F-15 Eagle e F-16 Falcon, comprados dos EUA.
Desde 1995, e depois das lições aprendidas no Golfo em 1991, os dois lados trataram de fortalecer a mobilidade das tropas. O tempo de resposta das três brigadas de paraquedistas norte-coreanas mantidas em alerta máximo é estimado em 20 minutos - com embarque em mais cinco. A operação é coordenada com o c0mando de transporte aéreo formado por uma impressionante frota de 310 monomotores médios do tipo An-2. Cada uma lança 12 combatentes armados no interior do território inimigo depois de um voo furtivo.
A sólida amizade com Washington é a arma secreta dos sul-coreanos. O acordo com os americanos, em vigor há 57 anos, prevê a transferência de sistemas antimísseis Patriot para as maiores cidades do país e o fornecimento de quaisquer outros recursos.
Os mais próximos estão bem ali: há 28,5 mil soldados americanos no país. A rede de bases, subordinada ao Comando do Pacífico, é liderada por um porta aviões nuclear com 80 aeronaves, dois cruzadores lança-mísseis, duas fragatas Aegis e um navio antissubmarino. Na hora da briga, um parceiro e tanto.
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