Pyongyang vê mudança positiva em negociação nuclear

Kim demonstra abertura com os Estados Unidos sobre programa nuclear

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Por Agencia Estado
Atualização:

O negociador da Coréia do Norte nas conversas multilaterais, Kim Kye-gwan, disse hoje que ocorreu uma mudança "positiva" por parte de Washington sobre o programa nuclear norte-coreano, informou a agência sul-coreana "Yonhap". Kim, que não quis entrar em detalhes, fez estas declarações ao término de uma reunião com o negociador sul-coreano, Chun Yung-woo, em Pequim, em uma tentativa de retomar as conversas multilaterais. Esta é a segunda mensagem positiva de Kim em menos de quinze dias, depois que anunciou um "certo acordo" com os Estados Unidos após a reunião que manteve na semana passada em Berlim com o máximo negociador americano com a Coréia do Norte, Christopher Hill. O negociador norte-coreano voltou a expressar nesta segunda-feira sua satisfação com a reunião mantida com Hill e se referiu a uma possível mudança de postura também por parte do regime de Pyongyang. "Tudo muda", disse Kim aos jornalistas. Como condição prévia para negociar o assunto nuclear, a Coréia do Norte exigia aos EUA a suspensão das sanções impostas a fundos norte-coreanos no Banco Delta Asia, de Macau. O negociador sul-coreano, Chun Yung-woo, disse que as duas Coréias decidiram retomar em poucos dias as conversas multilaterais, embora a data da nova rodada não tenha sido confirmada. Chun acrescentou que em poucos dias o governo de Pequim anunciará a agenda da próxima reunião. Segundo o sul-coreano, tanto nas reuniões com o negociador norte-coreano como com o chinês, Wu Dawei, se discutiram de forma honrada as possíveis vias para obter resultados reais na próxima reunião a seis lados. O encontro dos negociadores das duas Coréias aconteceu em meio aos esforços diplomáticos dos países envolvidos no diálogo visando a próxima reunião multilateral, da qual participam também EUA, Japão, China e Rússia. Um jornal sul-coreano informou na segunda-feira que Pyongyang se mostrou disposto a congelar suas atividades nucleares e permitir a inspeção da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), mas nada foi divulgado oficialmente. Em troca, os EUA dariam ajudas econômicas e energéticas e assumiriam um maior compromisso para solucionar o congelamento de fundos norte-coreanos no banco de Macau. A última rodada do diálogo nuclear foi realizada em dezembro, em Pequim, sem que os negociadores chegassem a um acordo.

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