Quase 60 estrangeiros são feitos reféns na Arábia Saudita

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Por Agencia Estado
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Militantes supostamente ligados à rede extremista Al-Qaeda mataram pelo menos 16 pessoas, inclusive uma criança de dez anos, em uma série de ataques na cidade saudita de Khobar. Em seguida, os suspeitos fizeram cerca de 60 reféns em um condomínio para estrangeiros. Em Jidá, na costa do Mar Vermelho, o príncipe herdeiro Abdullah informou sem entrar em detalhes que "os mortos são cerca de dez pessoas - sauditas e não-sauditas". Pelo menos três ocidentais, entre eles um americano, estariam entre os mortos no segundo ataque contra alvos ligados à indústria petrolífera na Arábia Saudita em maio. Um diplomata comentou que pelo menos três filipinos morreram e há relatos extraoficiais de que o número real de mortos seria de 15 ou 16. Em seguida, os militantes tomaram entre 45 e 60 pessoas como escudos humanos e as forças de segurança sauditas cercaram o prédio onde estavam os reféns, que fica em um complexo residencial que abrigava os funcionários de uma companhia petrolífera. Um responsável pela companhia disse que americanos, italianos e holandeses estavam entre os reféns, cuja libertação estava sendo negociada. As forças de segurança temiam invadir o local, pois os militantes teriam granadas com eles. Nas primeiras horas de domingo, pelo horário local, foram ouvidos vários disparos no complexo Oasis. Recomendação aos americanos Depois dos ataques, a Embaixada dos Estados Unidos em Riad exortou todos os americanos a deixarem a Arábia Saudita e confirmou que um americano estava entre os mortos. Autoria Um grupo supostamente ligado à Al-Qaeda reivindica em uma página na internet a autoria dos ataques em Khobar, 400 quilômetros a nordeste de Riad, dois dias depois de o saudita Abdulaziz al-Muqrin, suspeito de ser o novo líder da Al-Qaeda na Arábia Saudita, exortar seus seguidores a lançarem operações de guerrilha para desestabilizar o reino. "Um esquadrão de heróicos mujahedin (combatentes islâmicos), pela graça de Alá, atacou companhias americanas especializadas em prospecção de petróleo e o roubo dos recursos dos muçulmanos", dizia o comunicado do grupo que se intitulou de "Al-Qaeda na Península Arábica". No comunicado, o grupo manifesta sua satisfação pelos atacantes terem "matado ou ferido um bom número de cruzados (cristãos), inimigos de Alá", e promete revelar em breve os nomes dos militantes que cometeram os ataques. Segundo ataque Este foi o segundo ataque contra estrangeiros em menos de um mês na Arábia Saudita, berço do Islã e sede de vários locais sagrados importantes. De acordo com fontes, os militantes abriram fogo contra o edifício Al-Khobar Petroleum Center, que abriga os escritórios das maiores companhias petrolíferas ocidentais, antes de invadir outros três complexos de escritórios e os dormitórios dos trabalhadores. Os militantes, que seriam quatro e estavam usando uniformes ao estilo militar, atacaram os dormitórios Rami e Oasis e neste último tomaram os reféns. Um funcionário do Consulado do Egito em Riad, disse que Rami al-Goneimi, um menino egípcio de 10 anos, foi morto em um complexo da Arab Petroleum Investment Corporation, para o qual seu pai trabalhava. Testemunhas viram os corpos de três homens com feições ocidentais na rua cobertos com jornais.

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