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Quase 70% dos argentinos insatisfeitos com governo

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma pesquisa do Centro de Estudos de Opinião Pública (CEOP) indica que 68,9% da população tem uma imagem negativa sobre a gestão do governo do presidente Fernando De la Rúa, já que não obteve resultados para resolver a recessão nem controlar a corrupção. Além disso, segundo a pesquisa, os argentinos estão desconfiados sobre os recentes anúncios do ministro da Economia, Domingo Cavallo, de criação de uma cesta de moedas, o que deixaria de lado o dogma da conversibilidade econômica, que estabeleceu a paridade um e um entre o peso e o dólar. A administração de Cavallo no comando do ministério há menos de um mês e meio, está sendo mal vista: 60,9% a considera negativa, enquanto que somente 28,6% a define como "positiva". Os argentinos, segundo a pesquisa, não estão vendo perspectivas de que o futuro da economia seja melhor. Para 36,1%, ela ficará na mesma situação que a atual. Para 29,5%, crescerá muito pouco. Somente 2,1% é otimista e afirma que "crescerá muito". No entanto, apesar da má imagem sobre seu desempenho como ministro pela segunda vez na história do país, Cavallo ainda é o primeiro da lista de políticos com boa imagem: possui 47,5%, enquanto que o segundo colocado é o governador da província de Buenos Aires, Carlos Ruckauf, que desponta como líder do Partido Justicialista (mais conhecido como "Peronista"), da oposição, com 45,3%. A imagem positiva do presidente De la Rúa, que era de 70% quando tomou posse em dezembro de 1999, hoje alcança com dificuldade 25%. O ex-presidente Carlos Menem (1989-99), que deixou a De la Rúa a pesada herança da recessão, possui somente 15,7% de imagem positiva. Por causa da previsão de que a recessão permanecerá sem modificações, como há quase três anos, 50,8% dos argentinos afirma que o consumo pessoal e familiar não terá alterações, e continuará restrito. Outros 25% consideram que o consumo poderá diminuir, e 7,8% acha que será "muito menor que hoje". A maior preocupação dos argentinos, no momento, é o desemprego. O medo de perder o emprego, ou continuar sem conseguir um posto de trabalho, atinge 74,6% da população. O medo do desemprego ocupa o topo do ranking das preocupações argentinas, colocando o temor à criminalidade em segundo lugar, com 66,3%.

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