Queda de avião militar mata 80 no Marrocos

Segundo o Exército marroquino, mau tempo na região de Guelmin teria causado o acidente, o pior no país desde 1973

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RABATAo menos 80 pessoas morreram ontem na queda de um avião militar em Guelmin, no sul do Marrocos. O Hércules C-130 da Real Força Aérea Marroquina chocou-se contra uma montanha antes de tentar pousar em um aeroporto da cidade. Foi o pior acidente aéreo no país desde 1973, quando 105 pessoas morreram na queda de um avião perto da capital, Rabat. Segundo a agência estatal marroquina MAP, 60 militares, 12 civis e 9 tripulantes estavam na aeronave. Inicialmente, informou-se que 78 pessoas tinham morrido, mas 2 das 3 pessoas gravemente feridas que foram levadas a um hospital acabaram morrendo. Até a noite de ontem, 42 corpos tinham sido resgatados. "A queda ocorreu por causa do mau tempo", informou a MAP. Moradores disseram que uma densa neblina baixou na região no momento do acidente. O rei Mohammed VI decretou luto oficial de três dias, enviou condolências às famílias das vítimas e disse estar profundamente consternado com o acidente. Ele também prometeu pagar os funerais e as despesas médicas dos feridos. O governador da província, Abdallah Amimi, deslocou equipes de resgate para o local do acidente. O Hércules C-130 que caiu nas montanhas de Guelmin estava em uso desde os anos 70. Segundo fontes militares, ele estava na lista da Real Força Aérea para ser substituído por um modelo mais atualizado. Com capacidade para 90 pessoas, o Hércules foi projetado para transporte de cargas e equipamento médico. Mas a aeronave pode desempenhar operações de apoio, resgate e reconhecimento. Controle militar. O avião viajava de Agadir para Dakhla, no Saara Ocidental, território ocupado pelo Marrocos desde 1975, onde o Exército marroquino conta com um efetivo militar de 150 mil soldados. A ex-colônia espanhola é rica em recursos minerais e é disputada também pela Mauritânia. A maior parte da população do Saara Ocidental prefere constituir um Estado independente. O Marrocos acena com autonomia, mas descarta a possibilidade de perder o controle do território, onde, desde 1991, a ONU mantém uma missão de paz. Um acidente similar ocorreu na Turquia, em 2003, quando a queda de um avião militar espanhol Yak-42 matou 62 pessoas. / AP, REUTERS e AFP

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