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Queda do Muro de Berlim: 12 meses de turbulência e mudanças na Alemanha

Da queda do muro até o ato solene de reunificação, Alemanha passou por muitas mudanças

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Por Redação
Atualização:

BERLIM - Da queda do Muro de Berlim, na noite de 9 de novembro de 1989, até o ato solene da reunificação, em 3 de outubro de 1990, a Alemanha viveu 12 meses de turbulência e mudanças:

Cai o Muro

Milhares de alemães orientais fogem do país pela Hungria, que os deixa passar livremente, e a República Democrática Alemã (RDA) decide, em 9 de novembro, derrubar o Muro de Berlim e abrir a fronteira entre as duas Alemanhas.

Mais de 600 alemães do leste, de férias na Hungria, aproveitam abertura de um posto de fronteira com a Áustria por ocasião de um piquenique pan-europeu para fugir em direção ao Ocidente Foto: AP-Photo

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O SED, Partido Comunista na Alemanha Oriental, liderado por Egon Krenz após a queda de Erich Honecker em 18 de outubro, aceita o princípio de eleições livres.

Ao assumir o governo da RDA, o comunista reformador Hans Modrow propõe, em discurso em 17 de novembro, diante da Câmara do Povo (Parlamento), uma "comunidade contratual" entre a RDA e a República Federal da Alemanha (RFA). Seu governo de coalizão inclui um terço de não-comunistas.

O plano de Kohl

O chanceler da RFA, Helmut Kohl, apresenta em 28 de novembro um plano de reunificação da Alemanha sem especificar as datas.

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Helmut Kohl foi o chanceler alemão a ficar mais tempo no cargo no período pós-guerra Foto: REUTERS/Johannes Eisele

No início de dezembro, Krenz renuncia às suas funções de chefe de Estado e de líder do SED. Kohl e Modrow concordam, então, em formar uma "comunidade contratual" alemã, no dia 19 daquele mês, em Dresden.

Milhares de alemães orientais comemoram e pedem uma unificação pura e simples.

Negociações '2+4'

Em 10 de fevereiro de 1990, o então presidente soviético, Mikhail Gorbachev, declara em Moscou que os alemães têm liberdade para decidir seu futuro. Três dias depois, Kohl propõe a Modrow negociar uma união econômica e monetária alemã.

Mais do que a personalidade do ano, o ex-líder soviético foi considerado o "Homem da década" pela publicação americana. Ele foi descrito também como "o improvável patrono da mudança" Foto: Reprodução/Time

Em 14 de fevereiro, em Ottawa, os outrora quatro vencedores do nazismo (Estados Unidos, URSS, França e Reino Unido), que desde 1945 controlam a Alemanha, decidem se comprometer com a RFA e a RDA em negociações conhecidas como "2+4" sobre os aspectos externos de uma reunificação.

Eleições livres

A RDA organiza, em 18 de março, as primeiras eleições legislativas livres de sua história. Os conservadores favoráveis a uma rápida reunificação ganham com folga.

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Bandeira da antiga República Democrática da Alemanha (RDA), conhecida como Alemanha Oriental, é projetada onde ficava o antigo prédio do Palácio da República, próximo dacatedral de Berlim Foto: Michael Sohn/AP

O democrata cristão Lothar de Maizière se torna chefe do governo de coalizão em 12 de abril e defende a adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e à CEE (Comunidade Econômica Europeia, antecessora da União Europeia).

União econômica e monetária

Um tratado entre os dois Estados, assinado em 18 de maio em Bonn, instaura a partir de 1º de julho uma união econômica, monetária e social entre a RFA e a RDA.

Nesta data, o marco alemão é introduzido na RDA, substituindo a moeda da Alemanha Oriental. Todos os controles na fronteira entre as duas Alemanhas são abolidos.

Sinal verde de Gorbachev

Em 6 de julho, os dois Estados alemães iniciam negociações sobre as condições de sua unificação. Gorbachev dá sinal verde em 16 de julho para uma Alemanha unificada, soberana e livre para se incorporar à Otan.

Dois guardas da Alemanha Oriental fazem patrulha no Muro de Berlim. Ao fundo, o Portão de Brandemburgo. Foto: AP Photo/Jockel Finck

A URSS se compromete em retirar seus 380 mil soldados da RDA até 1994, e Kohl concorda em limitar as tropas da Alemanha unificada a 370 mil homens.

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Federalismo no Leste

Em 22 de julho, o Parlamento da Alemanha Oriental reconstrói uma estrutura federal na RDA para harmonizar os dois estados antes de sua reunificação.

Em 3 de agosto, RFA e RDA assinam um tratado que estabelece as modalidades das primeiras eleições gerais livres da Alemanha desde 1932, agendadas para 2 de dezembro.

Dissolução da RDA

Em 23 de agosto, a Câmara do Povo da Alemanha Oriental estabelece o dia 3 de outubro como data de unificação alemã por meio da dissolução da RDA na RFA.

Em 12 de setembro, os ministros das Relações Exteriores do grupo "2+4" assinam, em Moscou, um tratado sobre os aspectos externos da unificação. Em 3 de outubro, a Alemanha unificada recupera sua soberania. / AFP 

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