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Quem era Cho Seung-hui, o atirador da Virginia Tech

Saiba quem é o sul-coreano que matou 32 pessoas e depois se suicidou na universidade Virginia Tech, no maior tiroteio em uma instituição de ensino Nos EUA

Por Agencia Estado
Atualização:

O sul-coreano Cho Seung-hui, de 23 anos, foi o responsável pela morte de 32 alunos e professores da universidade Virginia Tech, na segunda-feira, 16, no maior massacre em uma instituição de ensino na história dos Estados Unidos. Saiba mais sobre ele. Família A família de Cho migrou para os Estados Unidos em 1992, para tentar deixar as dificuldades financeiras na Coréia do Sul. A família vivia em um pequeno apartamento subterrâneo na periferia da capital sul-coreana. "Eu não sabia como o pai de Cho (Cho Seong-tae, de 61 anos) se sustentava, mas eles eram pobres", disse Lim Bong-ae, 67 anos, dono da propriedade onde a família morava. "Quando foram aos EUA eles não sabiam aonde iriam viver", acrescentou. Cho, que chegou ao país quando tinha 8 anos, conseguiu a cidadania americana. Ele passou a infância e adolescência em Centreville, no subúrbio da capital dos EUA, Washington. Passado conturbado Cho era descrito por colegas e professores como um rapaz extremamente solitário, depressivo e difícil de se relacionar. Uma das características mais citadas pelos que o conheceram era sua dificuldade em olhar nos olhos das pessoas. Em novembro e dezembro de 2005, duas mulheres prestaram queixa contra ele depois de receberem telefonemas e e-mails que consideraram "perturbadores". Como nenhuma das duas achou as mensagens ameaçadoras, Cho não chegou a ser indiciado. Após a segunda reclamação, entretanto, o sul-coreano foi levado ao departamento disciplinar da universidade, para receber acompanhamento psiquiátrico. Além das perseguições às garotas, a situação de Cho se agravou depois que uma pessoa próxima dito que o sul-coreano tinha tendências suicidas. No mesmo ano, uma das professora de Cho diz ter alertado a diretoria da faculdade sobre o comportamento suspeito do aluno, que foi descrito por como "problemático e com necessidade de tratamento psicológico urgente". Suspeita-se que ele talvez estivesse tomando medicação antidepressiva. Cho chegou a ser encaminhado para tratamento em uma clínica fora da universidade. Textos perturbadores Também em 2005, uma professora de redação chamou a atenção para o comportamento do sul-coreano por causa dos temas violentos de seus textos. Ela disse que violência, pedofilia, assassinato e assuntos "muitas vezes macabros" eram recorrentes. A chefe do departamento de Inglês Lucinda Roy disse ter conversado pessoalmente com o aluno algumas vezes. Ela teria ainda levado a preocupação à diretoria da universidade, que se recusou a tomar providências sob a alegação de que os alunos tinham o direito de escrever o que quiserem por uma questão de liberdade de expressão. Cho era um estudante muito inteligente, segundo a professora. No entanto, devido ao conteúdo dos seus textos ela decidiu que ele não deveria participar das turmas com os outros estudantes e começou a dar aulas particulares. Peças Ian MacFarlen, colega de Cho no curso de escrita criativa, disse que o estudante escreveu duas obras de teatro "profundamente inquietantes e gráficas" em sua violência. "Eram como um pesadelo. A violência era macabra, distorcida. As armas eram usadas de um modo que ninguém teria imaginado", lembrou. Em uma das obras, Richard McBeef (em inglês), o personagem fala de matar seu padrasto em uma orgia de sangue. Em outra reveladas, Mr. Brownstone, três jovens tramam a morte de um professor. Solitário Colegas de classe de Cho afirmaram que no primeiro dia de apresentações em uma aula de Literatura Inglesa em 2006, cerca de 30 alunos se apresentaram. Quando chegou a vez de Cho, ele não falou nada. O professor olhou para a lista de presença e, onde todos os alunos haviam escrito seus nomes, Cho havia feito uma interrogação. "É esse o seu nome, ´Interrogação´?", teria perguntado o professor segundo a colega Julie Poole. O jovem respondeu vagamente. Cho passava a maior parte do tempo das aulas no fundo da sala, cobrindo o rosto com um chapéu e quase não participando das aulas. "Ele não interagia com ninguém. Ele nunca falava", disse Poole. O crime Cho acordou mais cedo do que o usual na manhã do dia 16 de abril. Por volta das 7h15 (horário local), o jovem dirigiu-se para um dos dormitórios do câmpus e matou duas pessoas. Cerca de duas horas depois, em um edifício do departamento de Engenharia no lado oposto do complexo, o sul-coreano abriu fogo contra estudantes e professores que estavam em aula, matando outras 30 pessoas, e se suicidando em seguida. Fontes da polícia ouvidas pela rede americana ABC News afirmam que uma nota foi achada em seu dormitório. O bilhete continha explicações sobre o massacre e a frase "vocês me obrigaram a fazer isto". O jornal The Chicago Tribune informou que na mesma nota Cho criticava seus colegas, que chamava de "meninos ricos", e "charlatões mentirosos".

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