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Quero paz com Israel, mas pode haver guerra, diz líder sírio

O presidente sírio acha que só os Estados Unidos podem ser o mediador principal do conflito no Oriente Médio

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Síria, Bashar al-Assad, disse que tem esperança de chegar à paz com Israel, mas que a situação caótica do Oriente Médio poderá levar a uma guerra. Assad foi entrevistado pela revista alemã Der Spiegel. Ao responder a uma pergunta sobre o apelo do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, para que Israel seja "apagado do mapa", Assad afirmou que a Síria quer paz com Israel. "Mas mina opinião pessoal e minhas esperanças para a paz poderiam mudar um dia. E se a esperança desaparecer, então a guerra poderá ser mesmo a única solução", declarou. Sobre a situação no Líbano, Assad disse acreditar que a operação internacional para garantir as fronteiras do país, que vive sob forte influência política e militar da Síria, será uma "missão impossível", enquanto o apoio da população ao grupo guerrilheiro Hezbollah continuar sendo tão forte como é. "A maioria aqui pensa que a resistência contra Israel é legítima. Por isso, aconselho aos europeus: não percam tempo e solucionem o problema na raiz", afirma Assad. Assad promete que a Síria não apoiará o Hezbollah com armas, apesar de, "como movimento de resistência, ter o direito de se armar". "E tem armamento de sobra", acrescenta. A Síria não enviará armas ao Hezbollah, principalmente porque não quer se transformar em alvo de ataques de Israel. Mas, segundo Assad, apoiará o Hezbollah, "ajudando na reconstrução do Líbano e abrindo as universidades a seus estudantes". O presidente sírio acha que só os Estados Unidos podem ser o mediador principal do conflito no Oriente Médio, devido a seu peso no mundo, mas acredita que esse país já não tem visão e, sobretudo, não ouve. "Os EUA têm que escutar e ouvir quais são os interesses dos demais. Mas os EUA não se interessam pelos pontos em comum, embora estejam à vista. Vejam o exemplo do terrorismo. O que os EUA fazem é como se um médico batesse sem cessar sobre um tumor, em vez de extirpá-lo. O terrorismo cresce em vez de diminuir", diz.

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