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Rabino diz que ação de Israel é incompatível com o judaísmo

Por Agencia Estado
Atualização:

O rabino-chefe do Reino Unido, Jonathan Sacks, advertiu hoje que as políticas adotadas por Israel no Oriente Médio são incompatíveis com os ideais do judaísmo e acrescentou que o atual conflito com os palestinos está "corrompendo a cultura israelense". Em declarações ao jornal The Guardian, Sacks condenou a ocupação israelense de territórios palestinos. "Considero que a atual situação de Israel é trágica e está forçando o país a tomar medidas que são incompatíveis com os ideais do judaísmo", disse. Ele assinalou estar profundamente "chocado" com reportagens de soldados israelenses sorrindo em uma foto ao lado de um cadáver palestino. "Não há dúvida que este prolongado conflito, junto com a falta geral de esperança, geram mais ódio e falta de sensibilidade, que a longo prazo está corrompendo nossa cultura", disse. O rabino afirmou que em 1967, após a Guerra dos Seis Dias, estava convencido de que Israel devolveria pacificamente aos palestinos o território que cabia a eles. "Não renuncio a essa esperança", disse Sacks, que nos últimos meses tem se manifestado contra toda ocupação israelense na Cisjordânia e Faixa de Gaza, colocando-se em confronto direto com seu predecessor, Immanuel Jakobovits. O rabino afirmou que se sentaria à mesa de negociação com extremistas muçulmanos como Abu Hamza - o clérigo fundamentalista islâmico do norte de Londres que admitiu compartilhar ideais com Osama bin Laden - a fim de se chegar a um acordo de paz. Hamza disse segunda-feira à imprensa britânica que "é correto" matar cidadãos não muçulmanos no mundo, e acrescentou que os judeus estão no mesmo nível do Diabo. Jornalista Em Bruxelas, a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), acusou hoje os militares israelense de acobertar a responsabilidade na morte a tiros do fotógrafo italiano Raffaele Cirello, em março último. "A tentativa do Exército de Israel de acobertar sua responsabilidade nesta terrível tragédia é completamente inaceitável", disse o secretário-geral da FIJ, Aidan White. Cirello, de 42 anos, foi morto enquanto seguia pistoleiros palestinos na cidade de Ramallah, na Cisjordânia. Ele foi o primeiro jornalista estrangeiro assassinado durante o atual conflito no Oriente Médio. Na última sexta-feira, o Exército de Israel afirmou que uma investigação interna descobriu que "não há evidências nem conhecimento de uma força (do exército) que tenha atirado na direção do fotógrafo". Segundo White, no entanto, "está claro por meio de evidências disponíveis que as balas que mataram (Cirello) foram disparadas por armas israelenses".

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