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Radiação é detectada em terceiro contato de ex-espião

Andrei Lugoyov, Dmitry Kovtun e Mario Scaramella estão contaminados pela mesma substância que matou o ex-agente; todos estiveram com ele antes de adoecerem

Por Agencia Estado
Atualização:

Mais um contato do ex-espião russo Alexander Litvinenko morto por envenenamento no último dia 23 está contaminado por radiação, informou a mídia russa citando fontes médicas nesta sexta-feira. Andrei Lugovoy, que se encontrou com Litvinenko no dia em que ele ficou doente, está com órgãos vitais danificados. Os sintomas são compatíveis com a exposição a níveis perigosos de radiação, afirmou a agência russa Interfax. A radiação matou Litvinenko 22 dias depois do envenenamento, no dia 1º de novembro. O sócio de Lugovoy, Dmitry Kovtun, também está internado, e Mario Scaramella, um contato italiano de Litvinenko que também se encontrou com o ex-agente da KGB no dia 1º de novembro, já se submeteu a tratamento em Londres por causa da contaminação. As informações sobre Kovtun são contraditórias. Há quem diga que ele está em estado grave, mas um advogado que falou com seus representantes disse à Reuters que essas informações estão erradas. Já em relação à Lugoyov, sabe-se que ele enfrenta as mesmas condições pela qual Litvinenko passou antes de morrer. Litvinenko, que foi enterrado em Londres na quinta-feira, acusou o Kremlin de ter tramado o envenenamento. O caso reviveu lembranças das intrigas de espionagem da Guerra Fria, e abalou as relações entre a Grã-Bretanha e a Rússia. "A falha no funcionamento de alguns órgãos afetados pela radiação foi detectada (em Lugoyov)", afirmou uma fotne à Iterfax. "O estado de Lugovoy é consideravelmente melhor que o de Kovtun, mas ele também tem sintomas de contaminação", noticiou a Interfax, baseada em anotações médicas sobre Lugovoy. Especialistas devem procurar vestígios de radiação nos estúdios do programa Russian Today, onde Lugovoy deu uma entrevista no dia 24 de novembro, disse uma fonte à Reuters. Testes já foram realizados em outras duas locações onde Lugoyov esteve na Rússia - em uma estação de rádio, e na embaixada da Inglaterra. Traços de radiação foram encontrados na embaixada. Negativa Frente as acusações feitas por Litvinenko e por outros opositores, o Kremlin negou participação no envenenamento e manifestou seu desagrado com a grande cobertura da imprensa britânica às alegações contra o presidente Vladimir Putin. Lugovoy e Kovtun encontraram-se com Litvinenko no Hotel Millennium, em Londres, no dia 1º de novembro, para o que, segundo Lugovoy, foi uma reunião de negócios. Lugovoy negou envolvimento no envenenamento e se ofereceu para ajudar a polícia. Não foi revelado em que hospital eles estão internados, e seus representantes não estavam atendendo aos telefones na sexta-feira. Investigadores britânicos encontram-se em Moscou pelo quarto dia consecutivo nesta sexta-feira. Eles trabalham em um inquérito sobre a morte de Litvinenko, que era naturalizado britânico. Uma das principais teorias sobre o crime é que ele tenha sido obra de elementos isolados dos serviços de inteligência russos, que teriam atuado sem o conhecimento do Kremlin.] Texto atualizado às 17h25

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