02 de agosto de 2014 | 02h01
Os rebeldes sunitas do grupo militante Estado Islâmico no Iraque e no Levante (Isil, na sigla em inglês) impuseram em uma província da Síria sob seu controle um novo código de vestimenta para as mulheres que tem como objetivo torná-las quase invisíveis, alertou na quinta-feira a organização não governamental Observatório Sírio de Direitos Humanos.
"Está proibido que as mulheres mostrem seus olhos", afirma um comunicado do Isil distribuído na província oriental de Deir al-Zor.
Além disso, as mulheres não podem vestir abayas (túnicas que cobrem a roupa até os pés) que mostrem vestidos ou assessórios coloridos por baixo.
"As abayas não devem ter nenhuma pérola, lantejoula ou nenhum outro objeto de ornamentação", afirma o Isil no comunicado.
O código de vestimenta regulamenta ainda o tipo de calçado que as mulheres devem usar. Segundo a regra, elas "não devem caminhar de salto alto".
"Quem violar estas proibições será punida", advertem os jihadistas, sem informar a natureza do castigo para quem incidir nas violações.
O Isil anunciou no mês passado a proclamação de um califado entre Síria e Iraque.
Nos bairros da cidade de Deir al-Zor, os jihadistas também proibiram o narguilé, o tabaco e os cigarros, afirma o Observatório.
Censura. O Isil disse a ativistas na Província de Deir al-Zor que devem jurar fidelidade ao grupo e submeter-se à censura, disse ontem o Observatório.
O grupo militante impôs as regras após uma reunião na terça-feira com ativistas envolvidos em trabalhos de comunicação e mídia, de acordo com o Isil.
Organizações de mídia internacionais têm pouca presença na Síria e dependem de ativistas e outras fontes para obter informações sobre o que está acontecendo no país. / AFP e EFE
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