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Rainha Elizabeth II faz visita histórica à Irlanda

Monarca britânica permanecerá quatro dias no país; segurança foi reforçada em Dublin

Atualização:

Rainha Elizabeth II é recebida por irlandeses em Dublin.

 

 

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DUBLIN - A rainha Elizabeth II aterrissou nesta terça-feira, 17, em Dublin e realiza a primeira visita de um monarca britânico à República da Irlanda desde a independência do país, em 1922. Ela foi - e continua - cercada por uma forte operação de segurança, em meio a ameaças do terrorismo republicano irlandês. A rainha, de 85 anos, deve ficar quatro dias no país.

 

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Apesar do caráter em grande parte amistoso do primeiro dos quatro dias da visita, o partido nacionalista Sinn Fein lançou balões negros no céu de Dublin, quando a rainha foi visitar mais tarde um parque com um monumento em honra aos irlandeses mortos na luta contra o domínio britânico. O parlamentar Aengus Snodaigh disse que os balões negros simbolizavam as centenas de irlandeses mortos pela tropas britânicas no Ulster. "Os tempos mudaram e o Sinn Fein quer ter uma boa relação com todos os nossos vizinhos, mas isso só poderá ocorrer com a reunificação do nosso país". O Sinn Fein defende a integração da Irlanda do Norte à República da Irlanda.

 

A rainha teve uma reunião na parte da tarde com a presidente da Irlanda, Mary McAleese. A artilharia do Exército da Irlanda disparou uma salva de 21 tiros em homenagem à rainha e depois uma banda militar tocou o hino britânico "God Save the Queen". As homenagens foram feitas para mostrar o bom momento na relação entre Grã-Bretanha e Irlanda, marcada pelo processo de paz no Ulster, província britânica no norte da ilha irlandesa, onde conflitos entre católicos e protestantes deixaram 3.700 mortos durante três décadas.

 

Na noite de amanhã, Elizabeth II fará um discurso no Castelo de Dublin, quando falará sobre as relações entre os dois países. McAleese disse que atualmente a Grã-Bretanha e a Irlanda estão "determinadas a tornar o futuro um lugar muito, muito melhor". A rainha visita a Irlanda exatamente 100 anos após seu avô, o rei George V, ter ido à ilha, quando a Irlanda inteira fazia parte do Império Britânico.

 

Incidentes

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Antes da visita, soldados desativaram uma bomba, ainda na madrugada, informaram a polícia e os militares. Além de um protesto pacífico do partido Sinn Fein, jovens provocaram tumultos na zona norte de Dublin, em manifestação contra a visita da monarca britânica. Ao menos 21 pessoas foram detidas pela polícia irlandesa.

 

O primeiro-ministro irlandês, Enda Kenny, afirmou que não há chances de a visita ser cancelada pela descoberta da bomba. Segundo ele, a polícia e o Exército lidaram com o problema de "maneira eficiente e apropriada". Kenny afirmou que a visita é "histórica e simbólica", trazendo "uma mensagem para o futuro". Na segunda, a polícia britânica recebeu uma ameaça de bomba para o centro de Londres, vinda de dissidentes republicanos irlandeses.

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