PUBLICIDADE

Rainha homenageia republicanos em visita à Irlanda

Bomba caseira é desativada em ônibus na véspera da viagem da primeira monarca britânica desde a independência, em 1921

Atualização:

DUBLINNa primeira visita de uma monarca britânica à Irlanda desde a independência do país da Grã-Bretanha, em 1921, a rainha Elizabeth II prestou ontem homenagem aos republicanos mortos. Horas antes da chegada da rainha, uma bomba foi desativada em um ônibus na cidade de Maynooth, a 25 quilômetros de Dublin.Um forte esquema de segurança foi montado, em meio a ameaças de protestos e ataques dos terroristas republicanos irlandeses. Atiradores de elite foram posicionados em volta do Jardim da Memória, onde foi realizada a cerimônia, e a capital foi patrulhada por cerca de 4 mil policiais e 2 mil soldados. Cerca de 200 manifestantes atiraram pedras e garrafas contra a polícia. No principal gesto conciliatório da visita, a rainha depositou uma coroa de flores no monumento aos irlandeses mortos durante a luta contra a coroa britânica pela independência.Apesar de ter aprovação de 81% dos irlandeses, a visita desagradou a dissidentes republicanos. Perto do Jardim das Memórias, manifestantes agitaram cartazes dizendo "Grã-Bretanha, saia da Irlanda" e "Sangue irlandês mancha mãos inglesas", e gritaram slogans antimonarquia. A viagem da rainha britânica pelo país deve durar quatro dias. A bomba desativada foi encontrada depois de um telefonema numa das áreas que estavam no roteiro da visita da rainha Elizabeth II. Ela deve passar ainda pela cidade de Croke Park, onde o Exército britânico matou 14 pessoas há 90 anos.O conflito anglo-irlandês teve início há séculos e foi marcado pela história de colonização protestante britânica de um país em sua maioria católico. Mas gerações de emigração irlandesa criaram um vínculo forte entre os dois países. O último rei a visitar a Irlanda foi George V, avô da rainha Elizabeth II, em 1911."O simbolismo mostra a maturidade de dois países capazes de fazer negócios", afirmou ao Parlamento a premiê irlandesa, Enda Kenny. A Irlanda enfrenta a pior crise financeira desde a independência e os laços econômicos com Londres são muito fortes. O país também deve receber no fim do mês o presidente dos EUA, Barack Obama. / REUTERS e AFPLAÇOS BRITÂNICOSEmpréstimoGoverno britânico ofereceu um empréstimo de US$ 11,2 bilhões de ajuda para a crise do paísNegóciosA República da Irlanda é o 5º maior mercado britânico de exportações e o primeiro no setor de bebidas e alimentosAcordo de pazAcordo da Sexta-Feira Santa, de 1998, mediado pela República da Irlanda, pelo governo britânico e pelos EUA, encerrou mais de três décadas de violência na Irlanda do NortePolíticaDesde o acordo, Londres e Dublin vivem sem atritos

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.