BARCELONA, ESPANHA - O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, recusou nesta sexta-feira, 22, reunir-se com o líder destituído da Catalunha, Carles Puigdemont, após os partidos separatistas catalães terem obtido maioria na eleição regional da quinta-feira.
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“Me reunirei com a vencedora da eleição, a senhora Arrimadas”, disse Rajoy , em referência à líder do Ciudadanos, partido centrista anti-independência, que apesar de ter vencido a eleição, não tem maioria para formar governo, diferentemente dos separatistas.
Com 99% dos votos apurados, as três legendas secessionistas somaram 70 cadeiras, 2 mais que as 68 necessárias para alcançar a maioria no Parlamento, que tem 135 assentos. O Ciudadanos foi o mais votado, com 25,5% dos votos válidos, e conseguiu eleger 37 deputados.
Com isso, em teoria, Puigdemont poderia reivindicar o direito de liderar uma coalizão governamental e retornar ao poder. Mas o ex-governador está abrigado em Bruxelas, na Bélgica, desde que o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, anunciou a ativação do Artigo 155 da Constituição, destituindo seu governo, dissolvendo o Parlamento regional e convocando eleições antecipadas. A medida foi tomada após os deputados separatistas fazerem uma declaração unilateral de independência em 27 de outubro.
Processado pela Justiça por crimes de rebelião e desvio de verbas públicas, Puigdemont tem contra si um mandado de prisão em vigor em solo espanhol e comandou a campanha de seu partido a distância, sem jamais realizar um comício em Barcelona ou no interior da Catalunha. / AFP, COM ANDREI NETTO, ENVIADO ESPECIAL A BARCELONA