Ramos Horta assume provisoriamente o Governo do Timor

O ex-chanceler assume o cargo de ministro da coordenação do Governo até que seja nomeado o substituto do primeiro-ministro Mari Alkatiri

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-chanceler José Ramos Horta é o novo ministro de coordenação do Governo do Timor Leste, e vai ocupar o cargo até que seja nomeado o substituto do primeiro-ministro Mari Alkatiri, que renunciou na segunda-feira. O porta-voz de Ramos Horta, Chris Santos, explicou à EFE por telefone que o cargo equivale na prática ao de primeiro-ministro interino. Um grupo de diplomatas que se reuniu neste sábado com Ramos Horta disse à emissora australiana ABC que o ex-ministro tinha recebido o sinal verde de Alkatiri para coordenar o gabinete de ministros até a eleição de um novo primeiro-ministro. No entanto, Santos respondeu que não há necessidade da aprovação de Alkatiri, porque Ramos Horta já ocupou o cargo no passado, sempre que o então primeiro-ministro viajava para o exterior. "Não há nada novo. Alkatiri está incapacitado e o segundo no Governo assume suas funções", opinou Santos. Crise Alkatiri está sendo responsabilizado pela atual crise no Timor. Em março, ele exonerou 600 soldados em greve, em manifestação para exigir o fim da discriminação étnica. A demissão provocou uma rebelião dos soldados renegados, conduzindo a episódios de violência que provocaram a morte de pelo menos 30 pessoas e levou 150.000 a fugirem de Díli, a capital timorense, e ainda permanecem, em grande parte, em campos de refugiados e em locais considerados seguros como igrejas e seminários católicos. Além disso, Alkatiri é acusado de armar um grupo de extermínio para eliminar oponentes políticos. Cerca de 30 pessoas morreram em enfrentamentos que explodiram nas ruas de Díli após a expulsão dos militares, enquanto gangues de civis armados iniciaram confrontos que inicialmente foram atribuídos às disputas entre as etnias "lorosae" (oriundos do leste do país) e "loromono" (ocidentais). A crise timorense determinou a intervenção de forças da Austrália, Malásia, Portugal e Nova Zelândia com a missão de frear a escalada de violência.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.