Raúl Castro diz estar disposto a manter 'diálogo respeitoso' com Trump

Ele advertiu, porém, que embora os dois países possam 'cooperar e conviver civilizadamente', não se deve esperar que, para isso, Cuba faça concessões inerentes à sua soberania e independência

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BÁVARO, REPÚBLICA DOMINICANA - O presidente de Cuba, Raúl Castro, disse estar disposto a manter um "diálogo respeitoso" com seu colega americano, Donald Trump, em pronunciamento na cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), na República Dominicana, na quarta-feira, 25.

O presidente cubano, Raúl Castro, participa de cúpula da Celac em Bávaro, República Dominicana Foto: LEONARDO MUÑOZ/EFE

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"Desejo expressar a vontade de Cuba de continuar negociando os assuntos bilaterais pendentes com os Estados Unidos com base na igualdade, na reciprocidade e no respeito da soberania e da independência do nosso país, e prosseguir o diálogo respeitoso e a cooperação nos temas de interesse comum com o novo governo do presidente Donald Trump", declarou Castro.

Ele advertiu, porém, que embora os dois países possam "cooperar e conviver civilizadamente (...), não se deve esperar que, para isso, Cuba faça concessões inerentes à sua soberania e independência".

Castro denunciou que, apesar das aproximações com o governo Barack Obama - que puseram fim a uma inimizade de meio século - o "bloqueio" econômico à ilha persiste, o que provoca "consideráveis privações e danos humanos".

"Por isso, continuamos envolvidos na atualização do nosso modelo econômico e social e continuaremos lutando para construir uma nação soberana, independente, socialista, próspera e sustentável", afirmou.

Cuba reagiu com cautela às ameaças de Trump de recuar após a histórica reconciliação, a menos que Havana aceite condições mais exigentes sobre liberdades civis.

O presidente cubano também manifestou que é desejável que Trump "opte pelo respeito pela região", mas considerou "preocupante que tenha declarado intenções que põem em risco" os interesses regionais nos âmbitos do comércio, do emprego, da migração e do meio ambiente. / AFP 

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