19 de abril de 2011 | 15h20
Os irmãos Castro durante o encerramento do Congresso.
HAVANA - O presidente de Cuba, Raúl Castro, que foi eleito nesta terça-feira, 19, como primeiro-secretário do Partido Comunista de Cuba (PCC), anunciou que assume o compromisso de defender o socialismo e "não permitir jamais o retorno do regime capitalista" a seu país.
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"Assumo minha última tarefa com a firme convicção e compromisso de honra, que o primeiro-secretário do comitê central do Partido Comunista de Cuba tem como sua principal missão, defender, preservar e prosseguir aperfeiçoando o socialismo e não permitir jamais o retorno do regime capitalista", declarou Raúl Castro no discurso com o qual encerrou o 6º Congresso do Partido Comunista de Cuba.
O Congresso, encerrado nesta terça, confirmou a saída do ex-presidente Fidel Castro da cúpula do partido. Raúl assumiu o posto de primeiro-secretário, enquanto o primeiro vice-presidente de Cuba, José Ramón Machado, tornou-se o segundo-secretário. Raúl, porém, não deixou de enaltecer o irmão. "Fidel é Fidel, e não precisa de cargo algum para ocupar sempre o lugar no topo da história no presente e no futuro da nação cubana".
Além dessa substituição, o 6º congresso comunista elegeu os membros de seus órgãos de direção: o comitê central, o escritório político e o secretariado. O novo comitê central tem 115 membros, dos quais 41,7% são mulheres - antes eram 13,3%. Também aumentou o número de dirigentes negros e mestiços, que foi a 31,3%.
Além destas decisões políticas, os dirigentes comunistas aprovaram na segunda-feira o plano de reformas econômicas apresentado por Raúl Castro para superar a crise econômica e renovar o modelo cubano. O presidente disse nesta terça estar convencido de que Cuba está entre "um reduzido número de países" que tem condições de transformar seu modelo e sair da crise sem traumas sociais.
Raúl Castro advertiu que a atualização econômica "não é um milagre que será atingido da noite para o dia" e que o desdobramento do plano de reformas será gradual ao longo dos próximos cinco anos. "O principal inimigo que enfrentamos e enfrentaremos serão nossas próprias deficiências", disse Raúl Castro, reiterando que serão feitas mudanças e retificações sem que seja colocada em risco a unidade de Cuba em torno da revolução.
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