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Reação a ataque põe à prova candidatos dos EUA

Declarações sobre atentado no Paquistão testam habilidades a três dias da largada das primárias

Por Stepehn Collinson , France Presse , Des Moines e EUA
Atualização:

A violência no Paquistão obrigou os candidatos à Casa Branca a dar atenção a uma crise no exterior - o assassinato de Benazir Bhutto - num momento político crucial, a poucos dias do início das eleições primárias presidenciais de 2008. O assassinato da ex-primeira-ministra paquistanesa provocou reações emocionadas entre os aspirantes à Casa Branca, muitos dos quais a conheciam pessoalmente, e pôs em questão suas habilidades de enfrentar uma crise e suas capacidades geopolíticas. A três dias do início das primárias no Estado de Iowa, analistas, especialistas e ativistas mantêm o foco na crise que impulsionou alguns candidatos e prejudicou outros. Na quinta-feira, a pré-candidata democrata Hillary Clinton falou emotivamente de sua amizade com Benazir, mas foi cuidadosa, tentando evitar acusações de oportunismo por mencionar o tema na campanha pouco depois do atentado. No dia seguinte, contudo, num programa sobre as eleições na CNN, Hillary, envolta numa bandeira americana, conquistou as manchetes ao exigir uma investigação internacional do atentado e questionar a credibilidade do presidente paquistanês, Pervez Musharraf. Seu rival John Edwards mostrou intimidade com o poder: telefonou rapidamente a Musharraf, pedindo que ele respondesse ao atentado com calma. O também democrata Barack Obama lamentou o episódio com eloqüência, mas sua equipe se expôs a um ataque de Hillary depois que um assessor afirmou que o voto da senadora autorizando a guerra no Iraque havia encorajado a Al-Qaeda. The Washington Post elogiou Hillary, Edwards e o senador republicano John McCain por suas reações. McCain, com anos de experiência em crises estrangeiras como senador e militar, foi capaz de falar com autoridade sobre Musharraf, Benazir e a política do Paquistão. Outros candidatos republicanos aproveitaram o assassinato para afirmar que advertiram contra a ascensão do fascismo islâmico, enquanto os democratas o ignoraram. Rudolph Giuliani, ex-prefeito de Nova York, aproveitou a oportunidade para voltar às manchetes depois de uma calmaria em sua campanha apoiada fortemente em sua liderança logo depois dos atentados de 11 de setembro de 2001. Giuliani argumentou que o evento "terrível e trágico" no Paquistão mostra a necessidade de os americanos se manterem "na ofensiva" na "guerra dos terroristas contra nós". Seu rival republicano Mitt Romney também afirmou, num comício em Ottumwa, Iowa, que o "terrível e devastador" atentado mostra a persistência da ameaça terrorista.

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