Rebelde se responsabiliza por crise dos reféns em Moscou

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O principal líder guerrilheiro checheno, Shamil Basayev, assumiu responsabilidade pela tomada do teatro em Moscou e ameaçou a Rússia com novos atentados que "causarão o maior dano possível", segundo um comunicado atribuído a ele publicado num site checheno. Moscou tem denunciado que Basayev planejou o ataque com a aprovação do presidente rebelde checheno Aslan Maskhadov. Basayev criticou no site a comunidade internacional por lamentar as vítimas russas mas não fazer o mesmo em relação às vítimas de guerra chechenas. Ele disse que os chechenos continuarão a travar a guerra com a Rússia, e que nos próximos ataques "não faremos qualquer exigência, não faremos reféns". E acrescentou: "nosso maior objetivo será destruir o inimigo e provocar o máximo de danos possível". Basayev também anunciou que estava renunciando a todos os cargos que mantém sob a liderança de Maskhadov e pediu desculpas ao presidente checheno por não tê-lo informado sobre o planejado ataque em Moscou. A atitude apoiaria garantias de um assessor de Maskhadov, Ahmed Zakayev, de que o presidente checheno não tinha conhecimento prévio da ação na semana passada no teatro de Moscou, que terminou com a morte de mais de 150 pessoas, 119 delas reféns. A autenticidade do comunicado de Basayev não pôde ser confirmada. Um alto assessor do presidente Vladimir Putin, Sergei Yastrzhembsky, repetiu a acusação do Kremlin de que Maskhadov esteve por trás do ataque e que Basayev está tentando preservá-lo. "Basayev está tentando encobrir a culpa de Maskhadov, salvá-lo para futuros jogos políticos", disse Yastrzhembsky. Ao mesmo tempo, o Parlamento russo aprovou nesta sexta-feira várias emendas que reduzirão drasticamente a cobertura das operações antiterroristas pela imprensa e que proíbem os meios de comunicação de divulgar declarações dos insurgentes. Os legisladores consideraram urgente tal medida após a crise dos reféns no teatro moscovita na semana passada.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.