Rebeldes afegãos intensificam ataques

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Por Agencia Estado
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Rebeldes afegãos intensificaram uma campanha de ataques contra soldados estrangeiros, neste país devastado por mais de duas décadas de guerras. Bases norte-americanas no leste do Afeganistão foram atingidas por barragens de morteiros e foguetes, informaram militares. As forças norte-americanas reagiram e pediram reforços. O apoio aéreo - proporcionado por helicópteros Apache - destruiu diversos veículos suspeitos, causando a morte de pelo menos duas pessoas, domingo, na cidade fronteiriça de Shkin, disse o coronel Roger King, porta-voz do Exército dos Estados Unidos na Base Aérea de Bagram, ao norte de Cabul, a capital afegã. Em Cabul, forças de segurança afegãs vasculhavam casas na região leste da cidade, numa tentativa de capturar suspeitos de dispararem, na noite de ontem, um foguete de 122 milímetros contra o quartel geral das forças internacionais de manutenção de paz. O ataque de foguete - que pode ser disparado tanto da caçamba de um caminhão como de uma arma apoiada no ombro do atirador - foi a ação mais sofisticada já promovida contra a força internacional composta por cerca de 5.000 soldados de 22 países, disse o tenente-coronel Thomas Lobbering, da Alemanha, porta-voz das tropas de paz. O ataque de ontem foi o primeiro a acertar uma estrutura das forças internacionais de manutenção de paz. Durante mais de um ano, diversos ataques rebeldes foram incapazes de atingir o alvo. A explosão espalhou estilhaços entre as árvores e prédios da base e danificou dois veículos das forças de paz dentro do complexo. Não houve vítimas. Também na noite de ontem, um foguete foi lançado contra o Centro de Treinamento Militar de Cabul, na zona leste da cidade. Em outra ação, rebeldes lançaram foguetes contra uma base norte-americana em Gardez. Não houve vítimas. No sábado, dois recrutas norte-americanos morreram e um ficou ferido numa emboscada na província de Helmand. Estas foram as primeiras mortes de norte-americanos em combate no Afeganistão desde dezembro. No mesmo dia, um engenheiro hidráulico ligado à Cruz Vermelha Internacional foi baleado e morto na província de Kandahar, local de nascimento do regime Taleban, deposto por forças lideradas pelos EUA no fim de 2001. O corpo do engenheiro Ricardo Munguia, de 39 anos, foi levado hoje do Afeganistão para ser entregue à família da vítima, em El Salvador. Ele também possuía cidadania suíça. As autoridades afegãs atribuem a recente onda de ataques a remanescentes do Taleban e do grupo extremista Al-Qaeda e a soldados leais a um senhor da guerra renegado pelo Ocidente.

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