21 de outubro de 2012 | 03h02
No lado sírio, o controle rebelde é tamanho que jornalistas têm suas carteiras profissionais copiadas em um centro de imprensa que administra o trabalho dos fixers - os motoristas e tradutores que auxiliam reportagens.
Alguns metros depois do posto, encontram-se os primeiros campos de refugiados montados no interior do país - uma afronta às ordens de Bashar Assad, que não aceita campos nas regiões sob seu controle. "Estamos aqui há 15 dias, depois que nossa casa foi destruída por um bombardeio em Azaz", conta o comerciante Bustan Al-Basha, de 38 anos, que divide sua tenda com a mulher e seis filhos. "Temos apenas a comida necessária para sobreviver. Assad nos destruiu, porque o que enfrentamos aqui não é vida."
O discurso eufórico, entretanto, é uma exceção entre os sírios com os quais a reportagem conversou. Para a maioria, a perspectiva de que a guerra civil na Síria que perdure por meses traz traumas, depressão e fatiga. Via de regra, um sentimento de abandono está disseminado os moradores do norte. "Nosso desafio antes era convencer as pessoas a se juntarem à revolução", conta Darwish Bakour, um dos comandantes rebeldes em Marea. / A.N.
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