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Rebeldes instalam junta militar em São Tomé e Príncipe

Por Agencia Estado
Atualização:

Forças rebeldes depuseram o governo da pequena ex-colônia portuguesa de São Tomé e Príncipe e instalaram uma junta militar, de acordo com uma declaração que leram na rádio estatal. Na declaração, os militares rebeldes disseram que nomearam novos líderes que se manterão no poder durante um período de transição, mas não esclareceram de quanto tempo será esse período. Não se sabe quantos soldados participaram do golpe de Estado, que começou com tiroteios antes do amanhecer. Os rebeldes detiveram a primeira-ministra Maria das Neves e outros dois ministros. O presidente Fradique de Menezes se encontra na Nigéria, em uma visita de caráter privado. Os militares também se apoderaram de vários edifícios estatais do país insular localizado diante da costa oeste africana, entre eles o palácio presidencial, o do Parlamento e do aeroporto, do Banco Central e das sedes da rádio e televisão loficiais, informou a rádio de Portugal. Os insurgentes pediram à comunidade internacional que não se envolva no episódio, afirmando que a população de São Tomé resolverá sozinha seus próprios problemas. As declarações foram divulgadas através da Rádio Nacional São Tomé por um locutor não identificado, que evitou dar os nomes dos líderes da revolta militar. O chanceler do país, Fernando Meira Rita, disse ter informações de que os rebeldes eram veteranos do exército ligados à Frente Democrática Cristã, um partido que não tem representação no Parlamento. Entre 30 e 55 parlamentares, ao lado da ministra da Saúde, Claudina Cruz, e do ministro da Justiça, Justino Veiga, foram detidos pelos autores do golpe. São Tomé e Príncipe, de 140 mil habitantes, se encontra no Golfo da Guiné, a cerca de 220 km da costa do Gabão, em uma das áreas de exploração petrolífera mais ativas do continente africano. O país é um dos mais pobres do mundo, mas a recente descoberta de petróleo no Golfo da Guiné trouxe esperanças de melhora em sua situação econômica. O governo dos EUA fez sondagens diplomáticas junto a São Tomé e Príncipe com a esperança de que os países em torno do Golfo da Guiné possam tornar-se uma fonte de petróleo mais estável do que o Oriente Médio.

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