O grupo rebelde de militantes islâmicos somalis Al-Shabaab, ameaçou nesta quinta-feira, 20, lançar uma nova onda de ataques no país, um dia depois de um atentado que matou 17 pessoas no escritório da ONU em Mogadíscio.
A segurança foi reforçada nesta quinta-feira, com caminhonetes do Exército somali armadas com metralhadoras pesadas bloqueando a estrada principal que liga o centro da cidade ao aeroporto e à base da ONU que foi atacada. Um caminhão com um canhão de água limpou manchas de sangue da rua.
Os militantes ligados à Al-Qaeda foram expulsos da capital há quase dois anos por forças de paz africanas e tropas do governo. O ataque de quarta-feira, que matou 22 pessoas, incluindo quatro estrangeiros, destacou a fragilidade das melhorias na segurança e a capacidade dos insurgentes para atacar áreas controladas pelo governo.
"Nosso objetivo é expulsar os infieis das terras muçulmanas", disse Sheikh Abdiasis Abu Musab, porta-voz da Al-Shabaab para as operações militares, à Reuters.
"Até que o objetivo seja alcançado, os incrédulos nunca vão encontrar um refúgio seguro em Mogadíscio ou em qualquer outra terra muçulmana. Não hoje, não amanhã, não enquanto um único muçulmano estiver vivo."
A perda de território urbano e fluxos de receita nos últimos dois anos enfraqueceu a Al Shabaab, levando-a a recorrer a uma revolta no estilo de guerrilha.
As potências ocidentais, há muito tempo preocupadas que a Somália se torne uma plataforma para a militância islâmica no leste da África, temem que o país possa voltar ao caos caso as forças locais não consolidar seus ganhos./ REUTERS