Rebeldes líbios aceitam oferta de diálogo com a União Africana

Países africanos propuseram conversa com os rebeldes, sem a presença de Muamar Khadafi, sobre o futuro do país.

PUBLICIDADE

Por BBC Brasil
Atualização:

Os rebeldes líbios aceitaram, neste sábado, a oferta de diálogo sobre o futuro do país, sem o envolvimento do líder líbio Muamar Khadafi, feita pelos países da União Africana A proposta foi feita em um comunicado divulgado no fim da cúpula da União Africana na Guiné Equatorial. O Conselho Nacional de Transição, criado pelos rebeldes líbios, disse à BBC que a iniciativa poderá levar a um governo de transição sem a participação de Khadafi. O comunicado da União Africana também pediu um cessar-fogo imediato na Líbia e subsequentes eleições democráticas. Neste sábado, forças pró e anti-governo continuam a se enfrentar nos arredores das montanhas de Nafusa, à sudoeste de Trípoli, em uma tentativa de dominar as planícies desérticas da região e conseguir o controle de rotas de acesso importantes à capital. O correspondente da BBC na região, Mark Doyle, diz que na sexta-feira à noite foi possível ver uma pesada nuvem de fumaça nos territórios disputados. Segundo os rebeldes, as forças da Otan haviam bombardeado um ponto controlado pelas forças leais a Khadafi com artilharia pesada. A Otan está atacando as forças de Khadafi na Líbia com a anuência de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, sob a justificativa de proteger os civis líbios dos ataques do regime. Missão de paz Segundo o correspondente da BBC na Guiné Equatorial, Thomas Fessy representantes dos rebeldes, que foram convidados à cúpula da União Africana, disseram que é a primeira vez que a instituição reconheceu a demanda do povo líbio por democracia e direitos humanos. O representante do Conselho Nacional de Transição na França, Mansur Saif al-Nasr, disse à BBC que este a proposta de diálogo é um passo à frente. "O espírito do documento é que Khadafi não terá mais um papel a cumprir no teatro da Líbia", disse. A União Africana também pediu um cessar-fogo imediato e a suspensão da zona de exclusão aérea aprovada pela ONU, que abriu o caminho para a intervenção militar da Otan no país. No comunicado, os países dizem que os dois lados do conflito devem fazer um pedido forma à ONU para uma missão de paz na Líbia para monitorar a implementação da suspensão de hostilidades. Mas os representantes dos rebeldes dizem que pediriam uma série de garantias da União Africana antes de concordar com um cessar-fogo. Apesar dos bombardeios da Otan às forças leais a Khadafi, o coronel continua a desafiar as ameaças da aliança militar ocidental e chegou a ameaçar atacar a Europa em retaliação. Ele disse que os líbios iriam - em suas próprias palavras - entrar na Europa como gafanhotos para atacar casas e escritórios. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.