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Rebeldes matam 35 hindus na Caxemira

Em resposta aos ataques, o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, avisou que eles não vão ameaçar os esforços para encontrar a paz na conflituosa região do Himalaia disputada entre Índia e Paquistão

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma onda de violência provida por militantes islâmicos contra a minoria hindu na Caxemira indiana deixou pelo menos 35 pessoas mortas, informou a polícia nesta segunda-feira, a poucos dias de um encontro planejado entre o governo da Índia e líderes separatistas. Em um vilarejo, militantes disfarçados de soldados tiraram moradores de suas casas e fuzilaram 22 deles - no mais sangrento ataque isolado registrado na Caxemira desde o cessar-fogo entre Índia e Paquistão, firmado em 2003. Em outro incidente, 13 pastores foram raptados durante o fim de semana no distrito de Udhampur. Quatro deles foram encontrados mortos já no domingo, e os corpos dos nove restantes foram descobertos na tarde desta segunda, informou o oficial de polícia Rajesh Singh. Em resposta aos ataques, o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, avisou que eles não vão ameaçar os esforços para encontrar a paz na conflituosa região do Himalaia disputada entre Índia e Paquistão. "As pessoas da Caxemira rejeitam os terroristas", sentenciou. A Índia recorrentemente acusava o Paquistão de estar por trás dos militantes rebeldes. O premiê, no entanto, agora evita culpar diretamente o governo de Islamabad pelo ataque, para não colocar em risco as negociações de paz. Tasnim Aslam, porta-voz da chancelaria paquistanesa, disse que os assassinatos foram "condenáveis atos de terrorismo". Testemunhas disseram que mais de meia dúzia de rebeldes assaltaram o vilarejo de Thava no domingo após escurecer e começaram a procurar suas vítimas. "Quando saímos das casas, eles nos receberam a balas" disse Gyan Chand, um dos cinco feridos que sobreviveram. Ele deu o seu depoimento em um hospital da cidade de Doda, perto de Thava, a cerca de 380 quilômetros ao norte da capital da Índia, Nova Délhi. Sobreviventes do massacre tentaram acionar um quartel do Exército nas imediações, mas os rebeldes fugiram antes da chegada das forças de segurança. Durante séculos, os hindus da Caxemira, conhecidos como Pandits, conviveram pacificamente com a maioria muçulmana da região. Mas eles passaram a ser alvo direto dos insurgentes islâmicos, que desde 1989 lutam para separar a Caxemira da Índia.

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