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Rebeldes rejeitam oferta de cessar-fogo de Khadafi

Porta-voz do grupo diz que intervenção estrangeira pôs fim ao impasse militar na Líbia.

Por BBC Brasil
Atualização:

Forças rebeldes na Líbia rejeitaram nesta quarta-feira a última oferta de cessar-fogo do governo do coronel Muamar Khadafi. Na cidade de Benghazi, leste do país, um porta-voz da organização rebelde Conselho Nacional de Transição disse que não havia mais um impasse militar na Líbia, já que o aumento nos ataques aéreos da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) contra forças do governo líbio tinham melhorado a situação dos rebeldes. Após os anúncios de que a Grã-Bretanha, a Itália e a França enviariam conselheiros militares para ajudar os rebeldes, o porta-voz do grupo, Abdul Hafiz Gogha, disse que nenhum conselheiro havia chegado à Líbia. Nesta quarta-feira, um porta-voz do governo francês disse que seriam enviadas menos de dez pessoas, e que a medida estava de acordo com a resolução da ONU que aprovou a intervenção internacional na Líbia. A França ressaltou que a cooperação não constituiria o envio de forças militares para a Líbia, o que se oporia à resolução da ONU. O ministro da Defesa italiano, Ignazio La Russa, disse que seu país pode tomar medida semelhante. Um dia antes, a Grã-Bretanha anunciou que enviaria cerca de dez militares para prestar apoio logístico e de inteligência e treinar os rebeldes em Benghazi. O ministro britânico do Exterior, William Hague, descreveu os objetivos da missão como "melhorar as estruturas de organização, comunicação e logística" dos rebeldes. Fotógrafo Também nesta quarta-feira, o governo britânico confirmou que um fotojornalista que chegou a ser indicado ao Oscar morreu na cidade de Misrata, que há semanas é palco de confrontos entre forças pró e contra Khadafi no oeste da Líbia. Tim Hetherington, que tem cidadania britânica e americana, estava tirando fotos na cidade. Ele teria sido morto em um ataque de morteiro. O Ministério do Exterior britânico disse também que três outros jornalistas que estavam com ele ficaram feridos no mesmo ataque, e há relatos de que pelo menos um deles morreu. O ONU disse que o suposto uso de bombas de fragmentação pelas forças de Khadafi em Misrata poderá "ser considerado como crime internacional". "Uma bomba de fragmentação teria explodido a apenas alguns metros do hospital de Misrata e outras informações sugerem que pelo menos duas clínicas médicas foram atingidas por morteiros ou disparos de atiradores", disse a comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay. Pillay afirmou ainda que os ataques deliberados de instalações médicas são crime de guerra e o ataque deliberado ou colocar em perigo os civis de um país também são considerados graves violações da lei humanitária internacional. "Peço às autoridades líbias que encarem a realidade de que eles estão se enterrando, junto com a população líbia, cada vez mais fundo em um pântano. Eles devem suspender o cerco a Misrata", disse. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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