Rebeldes retomam comando da capital do Tigré, na Etiópia

Estado era dominado por governo etíope desde novembro do ano passado; País declarou cessar-fogo na região

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

ADIGRAT e ADIS ABEBA - O partido que controlava a região de Tigré, na Etiópia, retomou o comando da capital do Estado, Mekelle, nesta segunda-feira, 28. Moradores relataram ter visto soldados uniformizados ocupando a cidade pela primeira vez desde novembro do ano passado, quando o exército etíope ocupou o local. 

PUBLICIDADE

"A capital de Tigré, Mekelle, está sob nosso controle", comunicou Getachew Reda, porta-voz da Frente de Libertação do Povo de Tigré. O governo da Etiópia ainda não se pronunciou sobre o assunto.

O governo do País declarou cessar-fogo unilateral na região, após oito meses de uma guerra civil sangrenta, que deixou centenas de mortos e que fez centenas de milhares de pessoas enfrentarem a maior crise de fome do mundo em uma década. O cessar-fogo deve durar até setembro, quando termina a fase de plantio em Tigré. No domingo, 27, tropas federais começaram a deixar Mekelle. 

O avanço dos rebeldes na região de Tigré representa uma derrota para o primeiro-ministro Abiy Ahmed, que, ao enviar tropas ao Estado no ano passado, disse que a questão estaria resolvida em semanas. Com a medida, o premiê tentava retirar do comando de Tigré a Frente, partido eleito que então governava o Estado e vinha há vários meses desafiando a autoridade de Adis Abeba. 

Estado era dominado por governo etíope desde novembro do ano passado; País declarou cessar-fogo na região Foto: Ben Curtis/AP

Prêmio Nobel da Paz em 2019, Abiy justificou a operação militar como resposta a um ataque prévio das forças estaduais do Tigré a uma base do Exército federal.

Apesar do cessar-fogo, o clima continua tenso entre governo federal e rebeldes. Na semana passada, um ataque aéreo matou 60 pessoas na cidade de Togoga, perto de Mekelle. O porta-voz das Forças Militares da Etiópia, o coronel Getnet Adane, afirmou que apenas militantes morreram. /AP, REUTERS e NYT

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.