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Rebeldes ruandeses atacam localidades do leste do Congo

Os ataques dos rebeldes hutus acontecem duas semanas depois de uma ofensiva militar do exército congolês contra o grupo

Por Agencia Estado
Atualização:

Grupos de rebeldes ruandeses atacaram na segunda-feira duas pequenas vilas e uma sede militar do leste da República Democrática do Congo (RDC), matando 15 pessoas e incendiando dezenas de casas, informaram nesta terça-feira fontes da ONU. Entre as vítimas mortais estão dois moradores que foram queimados vivos dentro de suas casas, segundo informaram fontes hospitalares à porta-voz da missão da ONU em Goma, Jacqueline Chenard. Os ataques dos rebeldes da etnia hutu ocorreram em dois pequenos povoados do parque nacional de Virunga, ao norte da capital provincial, Goma, perto da fronteira com Ruanda. Chenard disse que as tropas da RDC fizeram uma ação de represália quando os rebeldes atacaram um campo militar perto da vila de Katwaeguru, na mesma região do norte de Goma. "Houve dois ataques rebeldes de ruandeses nas últimas 24 horas. O Exército congolês informou que sete rebeldes, um soldado e sua esposa foram mortos em um dos ataques, e sete civis morreram no outro", disse Chenard. Os rebeldes se refugiaram na floresta de Virunga após os ataques. As operações dos rebeldes hutus no leste da RDC ocorrem duas semanas após o Exército congolês, apoiado por "capacetes azuis" da ONU, ter feito uma ofensiva militar contra estes grupos. A ONU mantém na RDC uma missão militar de 17 mil efetivos, o maior do mundo. Os "capacetes azuis" apóiam as tropas congolesas e preparam as eleições de 30 de julho, as primeiras em 40 anos. A Missão da ONU na República Democrática do Congo (MONUC) calcula que ainda há cerca de dez mil rebeldes hutus no país, apesar de o Governo de Kinshasa ter pedido em setembro a todos rebeldes estrangeiros que deixassem o país. Muitos dos rebeldes hutus que estão na RDC fugiram de Ruanda após o genocídio de 1994 entre hutus e tutsis. Os rebeldes hutus temem sofrer represálias por seus crimes se retornarem a Ruanda, cujo Governo advertiu que não os anistiará.

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