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Rebeldes sírios afirmam que perderam controle de bairro em Alepo

Ao mesmo tempo, Irã pede negociações 'sérias e inclusivas' entre o governo da Síria e os insurgentes

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Por Redação
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ALEPO, SÍRIA - Os rebeldes sírios admitiram nesta quinta-feira, 9, ter perdido o controle do bairro de Salaheddine, região de Alepo tomada há três semanas pelas forças que tentam derrubar o ditador Bashar Assad. No mesmo dia, o presidente sírio nomeou seu novo primeiro-ministro, para substituir o ocupante anterior do cargo, Riyad al-Hijab - o mais alto funcionário do governo de Damasco a abandonar o regime, que chegou quarta-feira à Jordânia.

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Os bombardeios das forças leiais a Assad continuam em Alepo. O Exército Sírio Livre (ESL) confirmou ter deixado Salaheddine, que servia de base estratégica aos insurgentes na segunda maior cidade do país. "Fizemos uma retirada tática. O bairro está completamente esvaziado de combatentes rebeldes. As forças do regime estão avançando", disse à France Presse o comandante opositor Hossam Abu Mohamed.

O centro da região, no entorno da mesquita de Salaheddine, estava vazio nesta quinta, segundo jornalistas da Reuters que estiveram no local. Os únicos sons escutados eram os ecos de explosões e disparos de artilharia. Nem rebeldes nem soldados das forças oficiais circulavam nas ruas. Apenas alguns moradores eram vistos retornando ao bairro para pegar alguns pertences e partir outra vez.

O espaço público estava coberto de destroços, que esmagaram carros estacionados nas vias durante os bombardeios dos últimos dias, quando, segundo os rebeldes, 30 pessoas foram mortas. Um forte cheiro de lixo tomava conta do ambiente.

Os rebeldes ainda controlam outros bairros de Alepo. Segundo a emissora britânica BBC, locais que abrigam insurgentes no leste da cidade foram bombardeados pelas forças oficiais - de acordo com a TV estatal síria, nesta região, combates ocorreram em Hanano.

Novo premiê

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Assad nomeou primeiro-ministro Wael al-Halki, um sunita - como a maioria dos opositores do ditador - da Província de Deraa, região do sul do país onde o levante sírio começou, há 17 meses, que continua a levantar-se contra o regime com violência.

Al-Hijab, seu antecessor, ficou apenas dois meses no cargo. A dramática fuga do ex-premiê foi mais um golpe contra a autoridade do presidente sírio, já abalada pelo assassinato de quatro de seus mais altos funcionários de segurança - ocorrido no mês passado - e os recentes avanços dos rebeldes, em Alepo, Damasco e zonas rurais da Síria.

Irã

O chanceler iraniano, Ali Akbar Salehi, pediu, em Teerã, negociações "sérias e inclusivas" entre o governo da Síria e os rebeldes do país, na abertura de um encontro entre 28 países para discutir a crise em Damasco. A reunião, porém, não conta com a presença de nações ocidentais e vários vizinhos do Oriente Médio também não estão representados. 

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