PUBLICIDADE

Rebelião em presídio da Venezuela acaba com mais de 40 mortos

Segundo ativistas de direitos humanos, presos estão sem receber comida após as visitas de parentes terem sido suspensas para evitar a propagação da covid-19

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

CARACAS - Uma rebelião em um presídio no ocidente da Venezuela deixou ao menos 46 mortos e, segundo a imprensa local, cerca de 50 feridos. Segundo a agência France Press, o diretor da prisão, Carlos Toro, está entre os feridos. 

Segundo um relatório militar, "houve (uma) perturbação da ordem pública", quando os presos quebraram "as barras de segurança do perímetro" em "uma tentativa de fuga em massa" do Centro Penitenciário de Los Llanos, na cidade de Guanare. 

Funcionários de hospital e policiais esperam chegada de presos feridos em rebelião na cidade de Guanare Foto: REUTERS/Manuel Alvarado

PUBLICIDADE

A deputada María Beatriz Martínez disse que presos estavam protestando após a entrada de comida ser negada. "Parentes dos presos com os quais conversei dizem que o motim ocorreu após a proibição de entrada de alimento aos presos. O que eles têm é fome." Segundo ela, os detentos tentavam negociar com as autoridades quando um grupo tentou romper a cerca de proteção e foram reprimidos. 

A alimentação da maioria dos presos na Venezuela fica sob a responsabilidade da família, mas com a chegada da pandemia do coronavírus e quase 50 dias de quarentena forçada, com a suspensão de visitas aos presos para evitar a propagação da covid-19, a logística para levar alimentos até as prisões está mais complicada. O governo Nicolás Maduro não informou casos do novo coronavírus nas prisões da Venezuela.

"O conflito continua", disse à France Press Carolina Girón, do Observatório Prisional Venezuelano (OVP), uma ONG que defende os direitos dos presos. Carolina afirmou que a razão do levante é que "os prisioneiros estão revoltados porque não são permitidasvisitas e não têm comida ou água" numa prisão com alta superlotação. 

A capacidade do presídio, segundo a ativista, é de 750 presos, mas atualmente tem cerca de 2.500. / AFP

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.