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Reconhecimento de Israel divide palestinos

O partido Fatah, de Abbas, e o Hamas vêm negociando há meses a criação de um governo de coalizão nos territórios palestinos

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, afirmou durante um discurso na sede das Nações Unidas que o novo governo de coalizão palestino, negociado com o Hamas, reconheceria Israel e renunciaria à violência. Mas Ahmed Youssef, assessor do primeiro-ministro Ismail Haniya, afirmou que o Hamas não irá se unir ao novo governo se a condição para isso for o reconhecimento do Estado de Israel. Em vez disso, Youssef propôs uma trégua. "O governo e o grupo Hamas serão contra o reconhecimento de Israel. Nossa proposta para solucionar a crise é uma trégua de 10 anos que será boa para a estabilidade e a prosperidade", afirmou ele. O partido Fatah, de Abbas, e o Hamas vem negociando há meses a criação de um governo de coalizão nos territórios palestinos. A vitória do Hamas nas eleições parlamentares, em janeiro, levou à suspensão da ajuda ocidental à Palestina, já que a organização se recusou, até o momento, a renunciar à violência. O Hamas é considerada um grupo terrorista pelos Estados Unidos e pela União Européia. Essa situação provocou dificuldades econômicas graves nos territórios, despertando temores de uma crise humanitária. O correspondente da BBC em Jerusalém John Leyne diz que, com a situação se deteriorando na Faixa de Gaza e Cisjordânia, a questão agora é saber se os dois lados vão ceder para chegar a um ponto comum ou se este será um assunto que continuará a impedir o avanço político na região. O secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, alertou na quinta-feira que o fracasso na resolução da crise no Oriente Médio estava prejudicando a credibilidade do Conselho de Segurança. "Ramo de oliveira" Durante o discurso na ONU, Mahmoud Abbas fez referência a cartas trocadas em 1993 pelos líderes de Israel, Yitzhak Rabin, e da Autoridade Palestina, Yasser Arafat. "Essas duas cartas contêm reconhecimento recíproco entre a Organização pela Libertação da Palestina (OLP) e Israel, rejeitam a violência e pedem negociações para chegar a um acordo permanente com a criação de um Estado Palestino independente próximo de Israel", afirmou Abbas. Lembrando um discurso de Arafat na ONU, em 1974, o presidente palestino disse que este momento representa uma oportunidade para a paz. "Venho até vocês trazendo as feridas de um povo que busca viver uma vida normal... não ser vítima da crueldade da história", afirmou Abbas. "Eu simplesmente quero que amanhã seja melhor que hoje. Quero que a Palestina seja independente e soberana... Que o ramo de oliveira (um símbolo de paz) não caia da minha mão." Conselho de Segurança As declarações de Abbas ocorrem no momento em que o Conselho de Segurança da ONU se reúne, a pedido da Liga Árabe, para discutir o conflito no Oriente Médio em uma tentativa de reativar o processo de paz. O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, afirmou durante o encontro que a paz entre um novo Estado palestino e um Estado de Israel seguro permanecia distante e indefinida. "O conflito entre árabes e israelenses, como nenhum outro, tem uma poderosa carga simbólica e emocional para as pessoas ao redor do mundo", disse o secretário-geral da ONU. "E o nosso constante fracasso em resolver esse conflito coloca em questão a legitimidade e a eficácia deste conselho." include $_SERVER["DOCUMENT_ROOT"]."/ext/selos/bbc.inc"; ?>

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