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Reconstrução do Iraque custará mais que a guerra

Por Agencia Estado
Atualização:

Especialistas estimam que o custo para se reconstruir o Iraque e manter a segurança interna do país superará em muito os gastos da guerra, mas o governo do presidente George W. Bush ofereceu até o momento poucos detalhes sobre o desembolso total. Analistas de empresas privadas consultados pela Associated Press disseram que o custo estimado das operações militares dos Estados Unidos no Iraque e das tarefas de reconstrução poderia chegar a US$ 600 bilhões. No entanto, até agora, a única estimativa feita por um funcionário do governo americano - neste caso, o administrador civil do Iraque, Paul Bremer - indica que para "pôr em marcha novamente o país" seriam necessários US$ 100 bilhões e um prazo de cerca de três anos. Bremer disse que apenas a reconstrução do sistema elétrico do país poderia custar US$ 13 bilhões, e o de água potável, outros US$ 16 bilhões. Bush e outros funcionários do governo se negam a fornecer estimativas, afirmando que há muita dificuldade em se fazer prognósticos. Tal atitude vem enfurecendo deputados de ambos os partidos, que estão preparando o orçamento para o próximo ano, quando haverá eleições presidenciais, enquanto o déficit se aproxima dos US$ 500 bilhões. Mais de três meses depois de Bush ter declarado o fim das principais operações militares no Iraque, continua desconhecido, inclusive, o custo exato da atual campanha para se enfrentar focos de resistência. Funcionários do Departamento de Defesa disseram que as operações dos EUA no Iraque estão custando cerca de US$ 3,9 bilhões anuais. Mas esta cifra não inclui gastos indiretos, como a substituição de equipamentos danificados e munições utilizadas em combates. Em recente artigo no jornal britânico Financial Times, os professores do Instituto Brookings Lael Brainard e Michael O´Hanlon disseram que os custos militares e de reconstrução poderiam oscilar entre US$ 300 bilhões e US$ 450 bilhões. Outro grupo, o Taxpayer for Common Sense, afirmou que os custos pós-guerra durante a próxima década poderá ser de entre US$ 114 bilhões e US$ 465 bilhões.

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