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Reconstruir o Afeganistão poderá custar US$ 10 bi

Por Agencia Estado
Atualização:

A formação de um novo governo no Afeganistão abriu a possibilidade para a reconstrução do país se inicie, juntamente com o resgate de sua riqueza cultural. Depois de 23 anos de guerra, os cálculos da ONU são de que serão necessários entre US$ 6 bilhões e US$ 10 bilhões para recuperar a infra-estrutura do país, estabelecer escolas, serviços de saúde e toda a administração pública. Reunidos em Berna, na Suíça, agências da ONU e diplomatas de vários governos concordaram que a comunidade internacional dará atenção também para a recuperação os sítios arqueológicos do Afeganistão, além de seus inúmeros monumentos. O país foi colonizado pelas cidades-estado gregas, passou a fazer parte da "rota da seda" entre o Ocidente e Oriente e foi ponto de encontro de várias civilizações. O resultado é um mosaico de obras que poucas regiões do mundo conseguiram reunir. Segundo revelou um diplomata europeu ao Estado, uma das prioridades será a reconstrução das estátuas de Buda, no vale de Bamian. "Os monumentos do século II, de 53 metros de altura, foram destruídos pelo Taleban, como demonstração de que outros cultos religiosos não seriam tolerados no país", afirmou o negociador. O projeto possivelmente ficará com algum instituto de arte da Europa, mas ninguém ainda se atreve a calcular os gastos que serão exigidos. Outro local que será reconstruído será a região de Ai Khanoum, um verdadeiro museus arqueológico ao ar livre e que, durante os últimos meses, foi uma das linhas de batalhas entre a Aliança do Norte e o Taleban. A região guarda os restos de uma cidade grega, fundada no ano de 140 a.C., mas especialistas acreditam que 50% do local já esteja perdido. O país ainda conta com cerca de 120 colônias dos coríntios, outra povo da Grécia. O museu de Cabul é o exemplo do que ocorreu com as obras do país. O museu conta atualmente com apenas 1% das peças que possuía antes de 1980. Parte da coleção foi destruída pela guerra, mas outra parte acabou sendo levada para a Europa de forma clandestina, nos últimos 20 anos, e hoje faz parte de coleções particulares. Leia o especial

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