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Rede de tevê árabe rompe relações com a CNN

Por Agencia Estado
Atualização:

A influente rede de televisão árabe via satélite Al Jazira, que decidiu não transmitir uma entrevista que fez com Osama bin Laden, rompeu relações com a CNN porque a rede a cabo americana divulgou trechos do material, nos quais Bin Laden disse que matar civis inocentes "é admissível na lei islâmica". A CNN afirmou que a Al Jazira acusou a rede americana de ter obtido a fita ilegalmente. "A Al Jazira irá romper suas relações com a CNN" e tomará ações contra "organizações e indivíduos que roubaram esse vídeo e o distribuíram ilegalmente", teria dito a estação baseada no Catar, segundo a própria CNN. Desde o início da campanha do Afeganistão, a CNN e a Al Jazira tinham um acordo para compartilhar materiais. A CNN informou que o acordo lhe dava o direito de utilizar todo material da Al Jazira e que não fez nada de ilegal. Funcionários da Al Jazira recusaram-se a comentar o assunto. Inicialmente, a Al Jazira negava que tal entrevista existisse. Mas no mês passado, o editor-chefe Ibrahim Helal disse que tinha vários vídeos de Bin Laden, incluindo possivelmente a entrevista gravada, que não foram divulgados porque não eram considerados de valor ou por sua má qualidade técnica. A estação árabe tem transmitido repetidamente material exclusivo de Bin Laden fazendo declarações semelhantes sobre terrorismo. A Al Jazira também divulgou um vídeo distribuído pelos EUA mostrando o líder da Al-Qaeda aparentemente discutindo o planejamento dos ataques de 11 de setembro. Na entrevista transmitida ontem pela CNN, que teria sido feita em outubro, o correspondente Taysir Alouni, da Al Jazira, pressiona Bin Laden sobre sua responsabilidade nos atentados nos EUA, mas recebe respostas ambíguas. "A América tem feito muitas acusações contra nós e contra muitos outros muçulmanos em todo o mundo. Sua acusação de que estamos promovendo atos de terrorismo é infundada", disse Bin Laden. Mas logo depois ele afirma: "Se incitar pessoas a fazer isso é terrorismo, e se matar aqueles que matam nossos filhos é terrorismo, então deixem a história ser testemunha de que somos terroristas". Com roupas de camuflagem e falando com tranqüilidade, ele disse que matar civis inocentes "é admissível na lei islâmica". Leia o especial

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