Número de mortos em reduto rebelde sírio sobe para 462 e ONU adia votação

Conselho de Segurança se reunirá neste sábado para votar uma resolução que pede o ‘fim das hostilidades em toda a Síria para todas as operações militares’ por 30 dias; objetivo é permitir a entrega de ajuda humanitária e a retirada de feridos da região

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Por Redação
Atualização:

BEIRUTE - Bombardeios das forças do ditador sírio, Bashar Assad, contra Ghouta Oriental, distrito dominado por rebeldes nas imediações de Damasco, elevaram nesta sexta-feira para 462 o número de mortos na região desde o domingo, quando a mais recente ofensiva do governo contra o reduto insurgente se iniciou.

O  Conselho de Segurança da ONUadiou nesta sexta-feira a votação de uma resolução que pretende determinar um cessar-fogo de 30 dias em Ghouta Oriental. A deliberação deverá ser votada neste sábado.

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Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) afirmou que aviões de guerra e artilharias de forças do governo sírio atingiram Duma, Zamalka e outras cidades da região nas primeiras horas desta sexta-feira Foto: AFP PHOTO / ABDULMONAM EASSA

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Pelo sexto dia consecutivo, aviões de guerra de Assad e seus aliados bombardearam a zona densamente povoada ao leste da capital síria, o último núcleo da insurgência antirregime.

De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos, ONG que monitora a guerra no país, 99 crianças estão entre os mortos pelos bombardeios desta semana em Ghouta Oriental. Segundo a mídia estatal síria, o fogo rebelde contra Damasco matou uma pessoa e feriu 58 nesta sexta-feira.

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Organizações humanitárias dizem que aviões atingiram mais de uma dezena de hospitais, tornando impossível tratar os feridos.

A ONG afirmou que aviões de guerra e artilharias de forças do governo sírio atingiram Duma, Zamalka e outras cidades da região nas primeiras horas desta sexta-feira. Uma testemunha em Duma, que pediu para não ser identificada, disse por telefone que o bombardeio da manhã desta sexta-feira foi o mais intenso até agora.

Na noite da quinta-feira, aeronaves do governo espalharam panfletos na região, pedindo que os civis deixassem suas casas e se entregassem ao Exército sírio, que estabeleceria corredores pelos quais eles poderiam sair às ruas em segurança. 

O governo sírio tem usado a estratégia de longos cercos associados a ofensivas militares para fazer com que seus rivais entreguem suas posições. Em Ghouta Oriental, porém, os rebeldes declararam que não aceitarão essa oferta. 

O Conselho de Segurança da ONU adiou para este sábado a votação de uma resolução, apresentada por Kuwait e Suécia, que pede o “fim de hostilidades em toda Síria para todas as operações militares” por 30 dias para permitir a entrega de ajuda humanitária e a retirada de feridos.

A resolução não inclui os grupos militantes Estado Islâmico (EI), Al-Qaeda e Frente Al-Nusra, que Rússia e Síria dizem estar atacando Ghouta.

Mais de 13,1 milhões de sírios precisam de ajuda humanitária, incluindo os 6,1 milhões de deslocados dentro do país desde o início, em 2011, de uma guerra civil que matou mais de 340 mil pessoas. / REUTERS e AFP

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