Simferopol / Ucrânia - O referendo que vai definir se a Crimeia, península da Ucrânia, pedirá anexação ao território da Rússia, tem forte adesão de eleitores provenientes da comunidade russa, mas não de ucranianos e tártaros - as duas minorias mais importantes da região. Às 14h30, horário local - 9h30 no Brasil - o fluxo de eleitores continuava forte, depois de ter se acelerado no final da manhã, quando a chuva que caía em Simferopol deu uma trégua.
Nos pontos de votação, o clima é tranquilo, sem ameaças ou tensão. Embora a organização seja precária, com fácil acesso de qualquer pessoa aos locais de votação, observadores internacionais com os quais o Estado conversou não viram irregularidades. Eles foram autorizados pelo governo provisório a ingressar na Crimeia, e todos consideram o referendo legítimo. "O processo eleitoral é normal, não há pressões", afirmou à reportagem o chinês Ge Zhili, vice-presidente da Fundação Chinesa para o Desenvolvimento dos Direitos Humanos.
Até porque ninguém saiu às ruas com as cores da Ucrânia. Predominam as bandeiras da Rússia e da Crimeia, que contrastam com o verde das fardas de militares e milicianos russos e cossacos que patrulham a capital.
Um milhão e meio de pessoas estão autorizadas a votar, mas se espera alta presença apenas de eleitores que votam pela Rússia, já que houve apelos a boicotes de parte das comunidades ucraniana e tártara. O resultado do referendo será conhecido às 22h, duas horas após o encerramento do pleito.