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Reforçada a segurança em todo o mundo na véspera do 11 de setembro

Por Agencia Estado
Atualização:

Ameaças terroristas levaram hoje, véspera do primeiro aniversário dos atentados de 11 de setembro, ao fechamento de duas embaixadas dos EUA na Ásia e a um reforço da segurança em toda a Europa enquanto a administração Bush elevava o nível de alerta antiterrorista nos Estados Unidos para "código laranja", assinalando um perigo maior de ataque. A Turquia estava em alerta pela possibilidade de militantes vinculados à Al-Qaeda promoverem ataques com gás venenoso, e a polícia alemã deteve um empresário nascido na Síria por suspeita de que seu negócio seja uma fachada para transportar combatentes islâmicos da "guerra santa" para a Europa. Mas as ameaças mais concretas surgiram no Sudeste Asiático, onde dezenas de islâmicos fundamentalistas supostamente vinculados à rede terrorista Al-Qaeda foram presos no último ano em Cingapura e Malásia. Na Indonésia, o mais populoso país muçulmano do mundo e lar de vários grupos islâmicos extremistas, a embaixada dos EUA anunciou hoje que iria fechar até segunda ordem devido a uma ameaça terrorista "crível e específica". "Sabemos que a rede Al-Qaeda está longe de ter sido derrotada", admitiu o embaixador Ralph Boyce. Ele indicou que a advertência foi recebida através de fontes de inteligência, dizendo ter se tratado "mais do que um e-mail anônimo ou um telefonema ameaçador". Autoridades americanas na vizinha Malásia, um país de maioria muçulmana de 23 milhões de habitantes, afirmaram que a embaixada seria fechada até segunda ordem nesta quarta-feira devido a ameaças específicas. A missão diplomática dos EUA em Camboja também permanecerá fechada por pelo menos três dias por precaução, disse o adido Alex Arvizu. Em Washington, autoridades do governo, citando ameaças contra embaixadas dos EUA no Sudeste Asiático, elevaram o alerta antiterrorista da nação para o seu segundo nível mais alto. Governos europeus, tentando evitar pânico, não tomaram medidas dramáticas visíveis na data do aniversário. Mas vários países, desde a Finlândia até a Itália, reforçaram a segurança em aeroportos, escritórios governamentais e embaixadas. A Itália escalou 4.000 soldados para proteger "locais sensíveis", enquanto a Bélgica ordenou "estrita vigilância" a seus oficiais de segurança. A polícia alemã aumentou a vigilância no aeroporto de Frankfurt, o maior da Europa continental. "Agora, sempre temos de considerar o impensável", explicou o ministro do Interior belga, Antoine Duquesne. Na Suíça, a polícia fechou uma rua no centro de Genebra devido a uma ameaça de bomba contra escritórios do Bank of New York. O Departamento de Estado americano emitiu um alerta mundial esta semana exortando seus cidadãos a manterem-se especialmente atentos, alegando que existia uma "contínua ameaça de ações terroristas, que pode alvejar civis e incluir operações suicidas". Cerca de 10 policiais desarmados, apoiados por soldados armados, guardavam a embaixada dos EUA na Praça Grosvenor, em Londres, onde a segurança foi reforçada devido ao aniversário. A embaixada americana em Berlim também teve proteção extra, com soldados armados isolando completamente um quarteirão inteiro em volta das dependências. O Comando Europeu das Forças Armadas americanas, baseado em Stuttgart, Alemanha, e responsável pelas forças dos EUA na Europa e partes da África, informou que foram mantidas as medidas de segurança dos últimos meses, mas que os comandantes de base poderiam pedir reforços se desejarem. Na França, o ministro dos Transportes Gilles de Robien advertiu que aviões "se transformaram em armas" enquanto visitava o aeroporto Charles de Gaulle, nos arredores de Paris, para checar as medidas extras de segurança adotadas desde 11 de setembro.

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