Reformistas do Irã criticam política nuclear do governo

Para eles, só a confiança do Ocidente poderá fazer com que o país supere a crise

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Por Agencia Estado
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Parlamentares reformistas iranianos culparam neste sábado, 6, o governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad por fracassar em evitar as sanções da Organização das Nações Unidas (ONU). O Conselho de Segurança da ONU votou de forma unânime, em 23 de dezembro, em impor sanções ao comércio de materiais sensíveis e tecnologia nuclear do Irã. As sanções são uma tentativa de parar o enriquecimento de urânio do Irã, que pode levar à produção de material que poderia ser utilizado em bombas. Porém, o Irã afirma que quer energia nuclear apenas para gerar eletricidade. O ex-presidente reformista Mohammad Khatami suspendeu o trabalho nuclear do Irã por mais de dois anos em um esforço de estabelecer confiança e evitar o confronto com o Ocidente, mas o país retomou o enriquecimento de urânio em fevereiro do ano passado. "A única maneira de vencer a crise é criando confiança (...) mas uma conferência sobre o Holocausto e o financiamento do governo do Hamas criam desconfiança e tensão", disse Noureddin Pirmoazzen, o porta-voz da facção reformista do Parlamento, à agência de notícias Reuters. Em dezembro passado, o governo de Ahmadinejad sediou uma conferência em Teerã, onde os participantes lançaram dúvidas sobre o Holocausto. Também deu 250 milhões de dólares em ajuda ao governo palestino do Hamas, depois que as doações ocidentais foram congeladas. Depois de duas vitórias eleitorais que levaram Khatami ao governo, em 1997 e 2001, os reformistas iranianos sofreram uma série de derrotas nas urnas, com os eleitores desiludidos com sua incompetência em lançar suas políticas devido à oposição conservadora. As derrotas dos reformistas chegaram a um ápice em 2005, quando os eleitores elegeram o linha-dura Ahmadinejad, que prometeu usar o petróleo do Irã para ajudar os pobres. Mas os reformistas mostraram força nas eleições locais em dezembro, com muitos eleitores preocupados com o crescente isolamento diplomático de Teerã e com os problemas econômicos do país.

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