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Refugiados afegãos começam a chegar ao Brasil

Por Agencia Estado
Atualização:

Os primeiros dez refugiados afegãos, de um grupo que inclui ao todo 23 pessoas, chegam na próxima sexta-feira a Porto Alegre, onde passarão a viver com ajuda da ONU e de uma organização não-governamental (ong) da cidade. São duas famílias com três filhos cada, cujas idades variam de 1 a 16 anos. Entre os adultos, há um ex-vereador, um professor e uma técnica em computação. Desde o ano passado, o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) vinha discutindo com o governo brasileiro e com ongs o processo de reassentamento de afegãos no País. Mas somente na sexta-feira, a Secretaria Nacional de Direitos Humanos confirmou a data de chegada. No dia 26, outros 13 afegãos chegam à capital gaúcha. Os afegãos do primeiro grupo estão instalados em campos de refugiados do Irã desde antes do início do regime do Taleban no Afeganistão, em 1996, mas, segundo o Acnur, não encontraram condições propícias para viver no país. Eles falam somente farsi, dari e um pouco de russo. Devido à barreira da língua, os adultos deverão trabalhar - pelo menos no início - em funções menos qualificadas como pedreiros e garçons. "Eles terão 62 opções de trabalho para escolher", diz a coordenadora da ong Central de Orientação e Encaminhamento, a advogada Rosaura Scavone. Cada família receberá do Acnur uma ajuda de um salário mínimo durante um ano. A ong oferecerá aulas de português e auxílio psicológico, além de auxílio prático como por exemplo como usar transporte público e fazer supermercados. As crianças frequentarão uma escola privada. "A experiência mostra que depois de três ou quatro meses, eles já estão conversando numa nova língua", diz Susan Krehbiel, especialista em reassentamento do Acnur.

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