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Rei da Jordânia pede moderação aos EUA

Por Agencia Estado
Atualização:

O rei da Jordânia, Abdullah II, cujo reino escapou de um plano terrorista atribuído ao milionário saudita Osama bin Laden, viajou a Washington nesta quarta-feira com um pedido para que os Estados Unidos respondam de forma moderada aos ataques terroristas do último dia 11. Os Estados árabes moderados, entre os quais situa-se a Jordânia, querem que qualquer retaliação dos EUA exclua ataques contra países árabes, com o objetivo de evitar o aumento do extremismo no já tenso Oriente Médio e impedir um conflito maior. Alguns parlamentares norte-americanos incluíram o Iraque, ao lado do Afeganistão, como um possível alvo dos ataques norte-americanos. "Um ataque contra o Iraque pode transformar qualquer árabe ou muçulmano em um Osama bin Laden", advertiu o colunista George Haddad no jornal ad-Dustour, o segundo maior da Jordânia. Na reunião que manterá sexta-feira em Washington com o presidente dos EUA, George W. Bush, o rei Abdullah também vai abordar a preocupação dos países árabes com relação ao confronto entre palestinos e israelenses. De acordo com os líderes da região, a ausência de uma solução para este conflito poderá produzir novas gerações de terroristas mesmo depois que os EUA tiverem encontrado os autores dos ataques contra Nova York e Washington. Muitos árabes acreditam que Israel não concordará com compromissos difíceis, tal como ceder a terra tomada dos árabes durante a Guerra dos Seis Dias, travada em 1967. Para Abdullah, um Oriente Médio estável deixaria pouco espaço para o terrorismo internacional. Dois dias após os ataques contra os Estados Unidos, ele declarou à rede de TV britânica BBC que a tragédia ocorrida nos EUA provavelmente não teria acontecido se o conflito palestino-israelense tivesse sido resolvido. Em dezembro de 1999, agentes de segurança jordanianos descobriram o que seria o pior ataque terrorista da história do reino. Segundo as autoridades locais, uma rede de 28 homens planejava lançar ataques terroristas contra alvos norte-americanos e israelenses na Jordânia, durante as celebrações de passagem de ano, em 2000. Osama bin Laden estaria envolvido na trama, de acordo com as autoridades jordanianas. Aparentemente, a Jordânia foi escolhida por ser um país moderado que defende a paz com Israel. Além disso, alvos norte-americanos e israelenses poderiam ser atingidos com mais facilidade lá do que em Israel, um país mantido sob forte vigilância.

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