02 de outubro de 2013 | 12h34
Em seu discurso de encerramento da assembleia anual do Partido Conservador, realizada em Manchester, Cameron apresentou uma avaliação otimista de seus três anos como chefe de governo - um período de recessão profunda, fraca recuperação econômica e medidas de austeridade.
Cameron assegurou que o governo não afrouxará os cortes de gastos que levaram à redução na oferta de serviços públicos e à demissão de milhares de servidores pelo país. "Abandonar agora a redução do déficit significaria jogar no lixo todo o progresso feito até agora", alegou.
O primeiro-ministro admitiu que, para muitos britânicos, "os últimos anos foram mesmo de dificuldade", mas argumentou que "passar por essas dificuldades só terá valido a pena se nós, como país, terminarmos o trabalho que começamos".
Num discurso de 50 minutos de duração, Cameron fez uma série de compartações entre o Partido Conservador e seu principal rival nas urnas, o Partido Trabalhista. Ele acusou os trabalhista de oferecer aos eleitores um "socialismo da década de 1970". Ainda segundo Cameron, "o terreno da esperança é Tory (conservador)", enquanto "o terreno do desespero é o trabalhismo".
O discurso do primeiro-ministro é o ponto alto da temporada de assembleias anuais dos partidos políticos britânicos, já dedicados a cortejar os eleitores para as eleições gerais marcadas para daqui a um ano e meio.
Na semana passada, o líder trabalhista Ed Miliband rotulou os conservadores como um partido dedicado aos interesses da camada mais rica da população e prometeu salvar os britânicos da "crise de custo de vida" derivada da última crise global, prometendo inclusive congelar as tarifas de energia elétrica.
Hoje, Cameron alegou que a crise foi causada pelos trabalhistas, mais precisamente pela dívida acumulada entre 1997 e 2010, período durante o qual o partido hoje na oposição manteve-se ininterruptamente no poder. "Nossa economia pode estar começando a se recuperar, e é claro que isso é ótimo, mas ainda não terminamos de pagar a crise da dívida causada pelos trabalhistas", acusou.
Ele prometeu que os Tories promoverão uma recuperação baseada no poder da inovação econômica. "Lucro, geração de riqueza, cortes de impostos e empreendimento não são palavrões nem termos elitistas", defendeu. "Nada disso é problema; isso é a solução", prosseguiu. Fonte: Dow Jones Newswires e Associated Press.
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