
06 de setembro de 2016 | 14h47
LONDRES - O polêmico clérigo muçulmano britânico Anjem Choudary foi condenado nesta terça-feira, 6, a cinco anos e meio de prisão por ter promovido o recrutamento de militantes para o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) em vários vídeos.
Advogado de 49 anos e de origem paquistanesa, o pregador religioso, muito popular nos meios radicais, fez uma série de vídeos postados no YouTube promovendo a organização extremista. Seus partidários gritaram "Allahu Akbar" (Alá é grande) quando o juiz Timothy Holroyde, de um tribunal de Londres, anunciou a sentença.
Outro homem, Mohamed Mizanur Rahma, foi condenado ao lado de Choudary pelo mesmo crime e com a mesma pena. O juiz afirmou que os dois "ultrapassaram a linha entre a legítima expressão de seus pontos de vista e o delito".
No julgamento se considerou provado que ambos prestaram juramento de lealdade ao grupo que controla parte do Iraque, Síria e Líbia, famoso pela divulgação de suas atrocidades em vídeo, de decapitações de jornalistas a execuções de homossexuais.
"Os dois homens permaneceram dentro dos limites da lei por pouco durante anos, criando frustração entre as forças de segurança", afirmou Dean Haydon, comandante da unidade antiterrorista da polícia britânica.
"Seus recentes discursos e seu juramento foram o ponto de inflexão para a polícia, porque finalmente tínhamos provas de que haviam cruzado a linha e poderíamos provar que apoiavam ativamente o Estado Islâmico", completou Haydon.
Anjem Choudary é uma figura notória no Reino Unido, onde os tabloides o classificam como um pregador do ódio. Ele também é bastante famoso no exterior e apareceu na televisão várias vezes na esteira de ataques de militantes islâmicos para culpar a política externa ocidental por visar muçulmanos.
Ex-líder da hoje proibida organização Al-Muhajiroun, Choudary se tornou infame por louvar os homens responsáveis pelos ataques de 11 de setembro de 2001 nos EUA e por dizer que gostaria de transformar o Palácio de Buckingham, na Inglaterra, em uma mesquita. / Reuters e EFE
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