Reino Unido é o país mais vigiado do mundo, diz revista

Equipamentos vão ser capazes de reconhecer se uma pessoa caminha de forma suspeita e poderão emitir alerta a um operador humano

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os cidadãos do Reino Unido se tornaram os mais vigiados do mundo pelas câmaras de circuito fechado de televisão, segundo uma reportagem publicada na última edição da revista britânica The New Statesman. As câmeras se espalharam em todas as esquinas e nos meios de transporte de Londres e de outras cidades. As cinco milhões de câmeras que operam no país atualmente representam mais de 20% das existentes em todo o mundo. Levando em consideração que a Grã-Bretanha ocupa apenas 0,2% da massa habitada do planeta, o número impressiona. Um morador de Londres pode ser observado diariamente em suas atividades cotidianas por até 300 câmeras. Nas estações ferroviárias de Londres há mais de 1.800 câmeras, enquanto nos ônibus e metrôs da capital este número sobe para seis mil. Além das que são instaladas pelas autoridades, há um número crescente de empresas privadas que têm seus próprios sistemas de vigilância e monitoramento por câmeras. Apoiados pelo Ministério da Defesa, cientistas britânicos estão desenvolvendo equipamentos com tal nível de sofisticação que poderão ser capazes de reconhecer se uma pessoa caminha de forma suspeita para, se for o caso, emitir um alertar a um operador humano. Em setembro, Middlesbrough foi a primeira cidade britânica a instalar câmeras que falam e repreendem quem manifestar um comportamento anti-social ou jogar lixo no chão, por exemplo. Um repórter da revista visitou um dos centros de controle de Westminster, em Londres, a Polícia Metropolitana e várias empresas particulares. Até agora, o centro piloto de Westminster recebeu cinco mil visitantes de mais de 30 países cujos Governos ou forças policiais querem adotar sistemas similares de controle. Os que defendem essa rede de vigilância argumentam que a população não considera que as câmeras sejam um "Big Brother", mas sim um pai benévolo preocupado com que nada de errado aconteça. No entanto, alguns analistas questionam a eficácia do sistema. O professor de criminologia da Universidade de Leicester, Martin Gill, fez um estudo encomendado pelo Ministério do Interior sobre 14 sistemas de vigilância desse tipo em diferentes regiões do país e concluiu que as câmeras tiveram um impacto muito limitado na redução do número de crimes.

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