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Reino Unido pós-Brexit deve usar força militar para proteger interesses, diz ministro britânico

O ministro da Defesa, Gavin Williamson, acrescentou que os limites entre a paz e a guerra estão ficando nebulosos e que os britânicos devem aumentar a presença global e 'aprimorar letalidade', diz

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Por Redação
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LONDRES - O Reino Unido deve estar pronto para usar a força militar para apoiar seus interesses globais depois de sair da União Europeia, dirá em evento em Londres o ministro da Defesa britânico, Gavin Williamson, nesta segunda-feira, 11, acrescentando que os limites entre paz e guerra estão ficando nebulosos. 

O navio HMS Mersey, da Marinha Real britânica, saindo do porto de Portsmouth, sul da Inglaterra Foto: AFP PHOTO/CROWN COPYRIGHT 2019/MOD/Charlie Darlington

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“O Brexit nos levou a um grande momento da nossa história. Um momento em que temos que fortalecer nossa presença global, aprimorar nossa letalidade”, dirá Williamson. Ele afirmará ainda que os limites entre guerra e paz estão ficando “nebulosos” e que o Reino Unido e seus aliados têm de estar prontos para usar “o poderio duro para apoiar nossos interesses”.

Williamson continuará a delinear planos para enviar um novo porta-aviões ao Pacífico, para investir em novas capacidades cibernéticas e para adotar uma abordagem militar mais dura do que a dos últimos anos após o Brexit.

O Reino Unido vive sua mais grave crise política desde a 2ª Guerra, enquanto a primeira-ministra, Theresa May, busca chegar a um acordo de última hora para deixar a União Europeia a semanas da data em que deve encerrar quatro décadas de integração política e econômica com a Europa, planejado para 29 de março.

O Brexit foi um golpe no Ocidente, que já enfrenta dificuldades para assimilar o poderio da Rússia e da China, assim como o imprevisível governo de Donald Trump nos Estados Unidos. Os defensores do Brexit o elogiam como uma chance de o Reino Unido ter um novo papel global.

“Podemos construir novas alianças, reavivar antigas e — o mais importante — deixar claro que somos um país que vai agir quando necessário. E uma nação para a qual as pessoas podem se voltar quando estiverem em busca de liderança”, dirá Williamson.

Ele vai enfatizar ainda os laços militares estreitos entre os EUA e o Reino Unido e ecoará os pedidos de Trump para que os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) elevem seus gastos com Defesa, citando a necessidade de lidar melhor com o que chamará de provocação russa.

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As relações de Moscou com o Ocidente estão estremecidas por causa de questões como a anexação russa da Crimeia, alegações de que o país interferiu na última eleição presidencial americana e de que esteve por trás de um ataque com um agente nervoso no Reino Unido. “Tais ações da Rússia devem vir com um preço”, dirá Williamson no discurso, cujos trechos a Reuters teve acesso. / REUTERS

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