PUBLICIDADE

Reino Unido promete aplicar 1ª dose da vacina contra a covid em todos os adultos até setembro

Governo passará a oferecer a vacina 24 horas por dia em algumas localidades e expandiria o número de pontos de vacinação; em Portugal, hospitais estão à beira do colapso

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

LONDRES - O governo britânico prometeu neste domingo, 17, dar a primeira dose da vacina contra a covid-19 a todos os adultos até setembro, em um momento que seu Sistema Nacional de Saúde (NHS, por sua sigla em inglês) enfrenta a pior crise em 72 anos de existência. O ministro das Relações Exteriores, Dominic Raab, declarou hoje que o governo passaria a oferecer a vacina 24 horas por dia em algumas localidades e expandiria o número de pontos de vacinação para acelerar o ritmo de inoculação. 

PUBLICIDADE

O NHS inaugurou hoje um centro de vacinação em massa na Catedral de Salisbury, onde as vacinações eram feitas acompanhadas de música tocada no órgão da igreja. “Nossa meta é de hoje até setembro todos os adultos recebam a primeira dose”, afirmou o ministro para a emissora Sky News. “Se pudermos fazer mais que isso, melhor, mas esse é o objetivo.”

A NHS iniciou a campanha de vacinação no dia 8 de dezembro administrando a vacina da Pfizer-BioNTech. Desde então, o país já deu aval para as vacinas da Universidade de Oxford/AstraZeneca e Moderna

NHS inauguracentro de vacinação em massa na Catedral de Salisbury, onde as vacinações são feitas acompanhadas de música tocada no órgão da igreja Foto: Steve Parsons/PA via AP

O Reino Unido tem uma população de 67,8 milhões de habitantes, dos quais mais de 51 milhões são adultos. O ambicioso programa de vacinação surge em um momento que o NHS tem dificuldade para lidar com sua pior crise. Atualmente, os hospitais estão recebendo um paciente de covid-19 a cada 30 segundos, segundo o diretor-executivo da entidade, Simon Stevens. 

O Reino Unido já aplicou cerca de 3,9 milhões da primeira dose da vacina contra o coronavírus até agora, segundo estatísticas oficiais. A previsão é que 15 milhões de pessoas - no grupo prioritário - recebam a primeira dose até meados de fevereiro. 

Segundo o jornal britânico The Times, o Reino Unido avalia planos de reforçar as medidas destinadas a evitar a entrada de novas cepas do coronavírus, incluindo exigir um período de isolamento em hotéis para todos os viajantes que chegarem ao país. 

O gabinete do primeiro-ministro britânico Boris Johnson está estudando sistemas como o "isolamento direto" da Nova Zelândia e da Austrália, onde os viajantes devem enfrentar o custo de uma quarentena de duas semanas em acomodações específicas para onde são conduzidos a partir do aeroporto.

Publicidade

"Consideramos todas as possibilidades", frisou Dominic Raab, garantindo que a prioridade do governo é tomar medidas "cautelares" para evitar que novas variantes do SARS-CoV-2 prejudiquem a eficácia do programa de vacinação que foi lançado. 

"Estamos tomando medidas sobre as novas variantes. Especialistas de todo o mundo estão estudando e ainda não sabemos se podem adicionar mais pressão ao nosso sistema de saúde, se podem ter impacto na mortalidade ou se podem colocar as vacinas em risco", disse o chanceler.

A partir de segunda, todos os corredores aéreos seguros que o Reino Unido tinha estabelecido no último verão europeu serão suspensos, de modo que nenhum viajante ficará isento de passar por uma quarentena de 10 dias na chegada ao país.

Também está proibida, desde o dia 15, qualquer viagem da América do Sul e Portugal para o Reino Unido, com exceção do retorno de cidadãos e residentes britânicos, para evitar a importação de uma nova cepa do coronavírus detectada no Brasil.

Além da possibilidade de impor quarentena em hotéis, o governo britânico estuda outros planos para aumentar a vigilância sobre pessoas que deveriam ficar isoladas. 

Em Portugal, hospitais no limite

Em Portugal, o sistema de saúde pública está à beira do colapso, com os hospitais das áreas mais afetadas sobrecarregados com o aumento preocupante de casos de coronavírus. "Existe um limite e estamos muito próximos dele", disse a ministra da Saúde, Marta Temido. 

Publicidade

O sistema português, que antes da pandemia tinha o menor número de leitos de cuidados intensivos por 100 mil habitantes na Europa, pode acomodar um máximo de 672 pacientes de covid-19 UTIs. Esse número chegou ontem a 647, segundo autoridades sanitárias do país, alegando que o número de internações deve aumentar dramaticamente na próxima semana. 

O país de 10 milhões de habitantes, que entrou em novo lockdown na sexta-feira, relatou 10.385 novos caos e 152 mortos em 24 horas, elevando o total de infecções para 549.801 e o de mortos 8.861. Segundo o ourworldindata.org, apoiado pela Universidade de Oxford, Portugal teve o maior número de casos de coronavírus per capita na Europa nos últimos sete dias./AP  EFE

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.