25 de abril de 2020 | 14h35
LONDRES - O número de mortos decorrentes do novo coronavírus no Reino Unido chegou a 20.319, segundo dados divulgados pelo governo daquele país neste sábado, 25. Os dados provocaram críticas sobre a estratégia implementada no início da pandemia no governo de Boris Jonhson, que minimizou os efeitos do vírus.
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O número de mortes nos hospitais é um duro golpe à gestão atual, já que no mês passado o governo disse que iria limitar as mortes para "20 mil ou menos". As declarações foram do consultor científico Patrick Wallace em 17 de março.
Longe de atingir esse objetivo, o Reino Unido tornou-se o quinto país com mais de 20 mil mortes - sendo 813 nas últimas 24 horas -, depois dos Estados Unidos, Itália, Espanha e França.
"Quando fizemos esse comentário há algumas semanas, enfatizamos que era um novo vírus, uma pandemia global, uma crise de saúde daquelas que acontecem uma vez em um século. E seria um desafio enorme, não apenas para o Reino Unido, mas para todos os países", lembrou o diretor do serviço médico nacional da Inglaterra, Stephen Powis.
Segundo o especialista, espera-se que os números continuem a subir e atingir 30 mil mortes antes do final de maio. Paul Hunter, professor de Medicina da Universidade de East Anglia, não descartou que o número real de mortes seja o dobro do divulgado, uma vez que os dados oficiais não incluem mortes registradas fora dos centros médicos nacionais.
Hunter afirmou, em declarações à mídia local, que o Reino Unido terá uma das mais altas taxas de mortalidade na Europa. Diante desse cenário, o ministro britânico do Interior, Priti Patel, pediu aos cidadãos para continuar seguindo o conselho de ficar em casa para proteger o serviço de saúde pública e salvar vidas.
Por outro lado, o ex-ministro da Economia Philip Hammond pediu ao Executivo para detalhar quais são os planos para começar a relaxar as medidas atuais de contenção e reativar a atividade econômica. Como argumentou o parlamentar, o Reino Unido não pode aguardar uma vacina contra o vírus.
"Temos de começar a reabrir a economia, mas temos que fazer isso vivendo com a covid-19. Não podemos esperar até que haja uma vacina e ela seja produzida em quantidades suficientes para toda a população. A economia não vai sobreviver por tanto tempo ", alertou. / EFE e AFP
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