LONDRES - O governo britânico anunciou nesta quinta-feira, 27, que pretende rever o mecanismo de extradição rápida entre o Reino Unido e a União Europeia. O mandato de negociação do Brexit, divulgado em Londres, encerra o Mandato de Prisão Europeu (EAW, na sigla em inglês), que vigora desde 2004 e substituiu os longos processos de extradição entre os membros da UE.
Analistas e membros das forças de segurança dizem que o encerramento da cooperação pode prejudicar a segurança do Reino Unido. Quando os britânicos deixaram a UE, em 31 de janeiro, Alemanha, Áustria e Eslovênia anunciaram que deixariam de extraditar seus cidadãos às autoridades britânicas. Na prática, o temor é que o país se torne um refúgio para criminosos europeus.
De 2009 a 2018, segundo dados oficiais, Grã-Bretanha não participará de um esquema europeu para acelerar a extradição de criminosos após sua saída da União Europeia, afirmou o governo em seu mandato para negociações sobre um relacionamento de longo prazo com o bloco.
O mandado de detenção europeu foi introduzido em 2004 e substituiu os longos processos de extradição entre os países da UE. Significa que um mandado emitido pela autoridade judicial de um país da UE para prender uma pessoa e entregá-la à acusação é válido em toda a UE.
Pós-Brexit
O Governo do Reino Unido também informou nesta quinta-feira que considera se retirar das negociações comerciais pós-Brexit no mês de junho, 6 meses antes do prazo pré-estabelecido. De acordo com o governo de Boris Johnson, as tratativas com a União Europeia serão encerradas se não houver avanços que deem uma perspectiva séria de acordo.
A previsão era de que as negociações seguissem até o dezembro, no entanto, Londres espera que pelo menos as linhas gerais de um acordo sejam traçadas até junho.