Reis da Arábia Saudita e do Bahrein discutem revoltas no mundo árabe

Abdullah retorna ao país e governo anuncia benefícios como medida para prevenir protestos

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Atualização:

Monarca saudita estava em tratamento médico no exterior.

 

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RIAD - O rei Abdullah, da Arábia Saudita, retornou ao país nesta quarta-feira, 23, após três meses recebendo tratamento médico no exterior e já anunciou uma série de benefícios para o povo no valor estimado de US$ 37 bilhões. O monarca foi recebido pelo rei do Bahrein, Hamad bin Isa al-Khalifa, que está em Riad para discutir as revoltas na região com o saudita.

 

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O plano de ação para ajudar os sauditas de baixa e média renda foi anunciado pela imprensa estatal. O pacote inclui aumentos salariais para compensar a inflação, benefícios para desempregados e a construção de casas a preços acessíveis. O anúncio parece ser uma medida preventiva para impedir que revoltas populares cheguem também ao país, um dos poucos do Oriente Médio que não registrou protestos contra o governo.

 

Esse, aliás, deve ser o assunto das discussões entre Abdullah e al-Khalifa. O rei do Bahrein, que é sunita, está pressionado pela maioria xiita do seu país, um pequeno reino de pouco menos de 480 mil habitantes. A população foi às ruas exigir reformas e uma sociedade mais igualitária, a exemplo do que ocorreu na Tunísia e no Egito. Houve repressão das forças armadas contra os manifestantes e ao menos sete pessoas morreram.

 

Al-Khalifa tentou a mesma estratégia de Abdullah. Antes do agravamento da situação, ele ofereceu US$ 2,650 dólares para cada família, mas isso não adiantou. O povo foi às ruas e, após dias de enfrentamentos, o rei incumbiu o príncipe Salman bin Isa al-Khalifa de dialogar com a oposição e libertou presos políticos para tentar acalmar os ânimos. Nenhum progresso significativo ocorreu até agora e a população segue nas ruas.

 

Os protestos no Bahrein ocorrem em paralelo a manifestações no Iêmen e na Líbia, onde o povo pede o fim dos regimes autocratas. Na Arábia Saudita, onde o governo é considerado uma ditadura, foi marcado um "dia de fúria" para o dia 11 de março por meio do Facebook, a exemplo do que ocorreu nas outras nações da região.

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A Arábia Saudita é o maior produtor de petróleo do mundo - detém um quinto da reservas mundiais - e a estabilidade política do país é uma preocupação de toda a comunidade internacional.

 

Com Reuters

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