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Relatório da Anistia Internacional sobre Hezbollah agrada Israel

O relatório da Anistia sobre a atuação de Israel no Líbano havia sido considerado "desequilibrado" nos meios políticos e militares israelenses

Por Agencia Estado
Atualização:

O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores de Israel, Mark Regev, comunicou nesta quinta-feira à Efe sua satisfação com o relatório da Anistia Internacional (AI), que acusa a milícia do Hezbollah de "violar as leis da guerra". "Está claro que, durante a guerra, o Hezbollah seguiu uma clara estratégia, a de disparar intencionalmente contra localidades de Israel para matar civis inocentes", afirmou Regev. Um relatório anterior havia analisado o comportamento das Forças Armadas de Israel no Líbano. Elas também foram acusadas de atacar a população civil do país durante a ofensiva contra os milicianos fundamentalistas do Hezbollah após a captura de dois soldados de uma patrulha israelense. "Os ataques do Hezbollah foram dirigidos especificamente à população civil", disse Regev. Por enquanto, a imprensa não registrou reações do Governo do primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, nem das Forças Armadas. O diretor da AI em Tel Aviv, Amnón Yarden, apresentará nesta quinta-feira o relatório a Yona Yahav, prefeito de Haifa, cidade que foi uma das mais castigadas pelos foguetes Katyusha e pelos mísseis terra-terra al-Fajer disparados pelo Hezbollah. "A escala dos ataques do Hezbollah contra cidades israelenses, o caráter indiscriminado das armas utilizadas e a declarações dos dirigentes do grupo confirmando sua intenção de atacar civis deixam perfeitamente clara a violação das leis da guerra", diz o relatório. "O fato de que Israel também tenha cometido sérias violações não justifica as do Hezbollah. Os civis não devem pagar o preço da conduta ilegal de nenhuma das partes", acrescenta. Durante a guerra, que começou com a captura de dois soldados de uma patrulha de Israel por comandos do Hezbollah, em 12 de julho, e que se estendeu até 14 de agosto, os ataques da milícia mataram 43 civis, entre eles sete crianças. O Hezbollah disparou 3.970 foguetes contra localidades israelenses. Centenas de milhares de pessoas estiveram ao alcance dos foguetes dos guerrilheiros libaneses durante a guerra, que terminou com um cessar-fogo decretado pela ONU. O relatório da Anistia sobre a atuação de Israel no Líbano havia sido considerado "desequilibrado" nos meios políticos e militares israelenses. Eles criticaram a organização por "não esperar para revelar de forma simultânea os resultados das duas investigações".

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